Petróleo sobe antes de reunião fundamental da Opep +

Publicado 09.04.2020, 09:18
Atualizado 09.04.2020, 11:09
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Por Peter Nurse

Investing.com - Os mercados de petróleo subiam na quinta-feira, com os investidores cada vez mais confiantes de que os principais produtores de petróleo do mundo concordarão com um corte substancial na produção para tentar equilibrar um mercado que sofre com uma queda histórica na demanda após o surto de coronavírus.

Às 10h50 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados em alta de 6,5%, a US$ 26,71 por barril, enquanto o contrato de referência internacional Brent subia 4,5%, para US$ 34,33. Ambos os contratos ainda estão cerca de 50% abaixo dos níveis observados no início do ano e fora das máximas intradiárias.

As expectativas de uma redução drástica na produção estão crescendo depois que o Ministério da Energia da Rússia disse que Moscou estava pronta para cortar 1,6 milhão de barris por dia como parte de um acordo que inclui produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como OPEP + , e outros.

Isso levou o ministro da Energia da Argélia, Mohamed Arkab, que ocupa a presidência rotativa da OPEP, a dizer que a reunião de emergência da coalizão da Opep + na quinta-feira discutirá uma "redução massiva da produção".

O mercado agora espera que isso se traduza em uma redução de cerca de 10 milhões de barris por dia no próximo trimestre. No entanto, não está claro qual base eles usarão: a produção real aumentou acentuadamente desde o final de um acordo sobre restrição de produção em março. A Arábia Saudita, em particular, está bombeando mais de 2,5 milhões de barris por dia a mais do que antes do fim do acordo.

“Ainda que isso represente cerca de 15% de sua produção total e seja um corte significativo, continuaria difícil para a Opep + atingir 10 milhões de barris por dia e, portanto, teriam de exigir a ajuda de outros produtores de petróleo para se aproximarem desse objetivo ”, disseram analistas do ING em uma nota de pesquisa.

A reunião da Opep + de quinta-feira será seguida, na sexta-feira, por uma reunião dos ministros do petróleo do G20, incluindo os dos principais países produtores, Canadá, México e EUA.

A proposta dos produtores norte-americanos pode ser o fator decisivo para a possibilidade de um corte diário de 10 milhões de barris. Uma restrição federal é legalmente impraticável, portanto um acordo pode depender se os membros da Opep +, principalmente a Rússia, aceitarem promessas de reduções de oferta conduzidas apenas pelas forças do mercado.

O Departamento de Energia dos EUA disse no início desta semana que a produção do país já estava em declínio sem a ação do governo, enquanto a Administração de Informação de Energia afirmou que a produção de petróleo dos EUA deve cair em média 470.000 barris por dia em 2020.

Mesmo se for acordado um corte de 10 milhões de barris, é discutível se isso equilibraria um mercado repleto de oferta depois que o surto de coronavírus resultou no fechamento de vastas áreas da economia global.

Afinal, a pandemia tornará o crescimento econômico global "acentuadamente negativo" em 2020, disse o chefe do Fundo Monetário Internacional, desencadeando as piores consequências desde a Grande Depressão dos anos 30.

"Em última análise, o tamanho do choque da demanda é simplesmente muito grande para um corte coordenado da oferta, preparando o terreno para um reequilíbrio severo", afirmou o  Goldman Sachs (NYSE:GS), em uma nota de pesquisa.

Embora a possibilidade de um acordo entre os principais produtores possa suportar os preços nos "próximos dias", isso levaria a preços mais baixos, disse o banco, projetando riscos negativos para a previsão de curto prazo do WTI de US$ 20 por barril.

Pedidos de seguro-desemprego 

Os pedidos iniciais de seguro-desemprego foram solicitados por 6,606 milhões de americanos na semana passada, informa o Departamento de Trabalho dos EUA. O número foi um pouco abaixo do número recorde da semana anterior, que foi revisado para 6,87 milhões. O derretimento histórico do mercado de trabalho americano é uma nova evidência do declínio dramático na economia causado pela pandemia do Covid-19.

O número foi superior aos 5,25 milhões esperados pelos economistas. As reivindicações em andamento aumentaram para 7,455 milhões, ante 3,059 milhões na semana anterior, informou o Departamento do Trabalho.

Fed

Logo após anúncio dos números de desemprego nos EUA, o Federal Reserve anunciou novo programa de financiamento da economia americana, ultra-flexibilizando a política monetária. A autoridade monetária anunciou que vai comprar dívida corporativa e dívida municipal nos mercados primário e secundário. O pacote total soma US$ 2,3 trilhões.

Além disso, o Fed expande programa TALF para empréstimos colateralizados, entre os quais fundos de hipotecas, sem mencionar, no entanto, os graus especulativos dos títulos.

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