(Reuters) - A Rússia advertiu nesta quinta-feira que a decisão da União Europeia de eliminar parcialmente o petróleo russo provavelmente desestabilizaria os mercados globais de energia, e chamou a medida de um passo "autodestrutivo" que poderia sair pela culatra.
Os líderes da UE concordaram em princípio, na segunda-feira, em cortar 90% das importações de petróleo vindas da Rússia até o final deste ano, as sanções mais duras já aplicadas pelo bloco desde o início da invasão russa da Ucrânia, que Moscou chama de uma "operação militar especial".
"As decisões da União Europeia de eliminar parcialmente o petróleo e os produtos petrolíferos russos, bem como de proibir o seguro dos navios mercantes russos, são altamente prováveis de provocar novos aumentos de preços, desestabilizar os mercados de energia e perturbar as cadeias de abastecimento", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.
A UE tem atingido a Rússia com múltiplas rodadas de sanções desde que Moscou invadiu a Ucrânia em fevereiro, demonstrando velocidade e unidade incomuns, dada a complexidade das medidas.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a medida de eliminação gradual do petróleo russo privaria Moscou de uma enorme fonte de financiamento e pressionaria a Rússia para acabar com sua campanha militar, mas Moscou advertiu que as medidas acabariam prejudicando a economia do bloco.
"Bruxelas e seus patrocinadores políticos em Washington têm total responsabilidade pelo risco de uma exacerbação das questões globais de alimentos e energia causada pelas ações ilegítimas da União Europeia", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
(Reportagem da Reuters)