Por Jessica Jaganathan
SÃO PAULO (Reuters) - A demanda global por gás deve crescer 2,8% neste ano, ou cerca de 110 bilhões de metros cúbicos (bcm), voltando aos níveis de 2019, disse um analista da Agência Internacional de Energia (IEA na sigla em inglês) em um evento da indústria nesta terça-feira.
Os mercados globais de gás tiveram a maior queda já vista no ano passado, quando se estima que o consumo desabou 100 bcm devido a um clima mais ameno no início do ano e à pandemia de Covid-19, que derrubou a demanda por energia, disse o analista sênior de gás natural da IEA, Jean-Baptiste Dubreull.
Ainda assim, a demanda por gás se mostrou mais resiliente que por outras fontes de energia, como o petróleo, acrescentou ele, durante conferência online.
Preços do gás natural liquefeito (GNL), que atingiram mínimas no mercado spot devido à pandemia, se recuperaram para máximas recorde neste ano, impulsionados por baixas temperaturas e questões de oferta.
"A demanda por gás natural é mais sensível à temperatura que outros combustíveis", disse Dubreuil.
Ele afirmou ainda que, embora a demanda por gás deva se recuperar neste ano, não há expectativa de uma grande retomada, e mercados mais maduros podem ver uma recuperação apenas gradual, com alguns deles ainda não retornando a seus níveis de 2019.
Dubreuil afirmou ainda que espera novas oportunidades e desafios em um contexto de incerteza sobre a demanda por GNL no médio prazo. Cerca de um terço dos contratos ativos de GNL vencerá até 2025, enquanto a capacidade de liquefação deve crescer em 20%, o que quadruplicará os volumes descontratados.