KHOBAR, Arábia Saudita (Reuters) - Os ambiciosos planos da Arábia Saudita de se tornar uma líder mundial em energia solar parecem ter empacado, em meio a desentendimentos sobre escala, tecnologia e quem seria o responsável pelo projeto.
O maior exportador de petróleo do mundo anunciou há três anos que pretendia instalar 41 gigawatts de energia solar até 2032, para ajudar no atendimento da crescente demanda local por energia, conforme a população saudita aumenta rapidamente e a economia cresce com força.
A decisão foi impelida mais por preocupações com custos do que com a redução de emissões de carbono para ajudar no combate ao aquecimento global. O reino saudita atualmente produz grande parte da eletricidade por meio da queima de óleo, o que reduz o montante disponível para exportações e ameaça sua participação no mercado.
Mas, apesar de um anúncio feito em 2013, de que brevemente haveria leilões para os primeiros projetos solares, o conselho montado para impulsionar o desenvolvimento de fontes alternativas de energia não teve progressos e, em janeiro, adiou para 2040 a meta prometida para 2032.
"Há uma divergência de visões. Todos concordam nos objetivos, mas têm diferentes ideias de como alcançá-lo", disse uma fonte no governo saudita, que não quis se identificar.
A falta de transparência e brigas internas em relação à iniciativa solar são problemas familiares para investidores estrangeiros na Arábia Saudita, que continuaram a mostrar forte interesse durante visita do Rei Salman a Washington na semana passada.
(Por Reem Shamseddine)