SÃO PAULO (Reuters) - O preço do diesel nos postos do Brasil subiu pela sexta semana consecutiva, enquanto gasolina e etanol também mantiveram tendência de alta, mostrou pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgada nesta sexta-feira, em momento em que o valor dos combustíveis tem sido alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro.
Conforme o levantamento da agência reguladora, a cotação média do diesel nas bombas atingiu 4,23 reais por litro nesta semana, alta de 1,1% em relação à semana anterior.
Os dados da pesquisa vêm dias após a entrada em vigor de uma suspensão temporária pelo governo da incidência do PIS/Cofins sobre o diesel, combustível mais consumido do Brasil, em tentativa de conter a alta dos preços.
Além do corte de impostos, o presidente Jair Bolsonaro também decidiu no mês passado indicar um novo presidente para a Petrobras (SA:PETR4), em meio a constantes queixas sobre a política de preços dos combustíveis da estatal no mandato do CEO Roberto Castello Branco, que vai até 20 de março.
Esta foi a sexta semana seguida de aumento no valor do diesel, que neste ano recuou em apenas uma ocasião, em meados de janeiro. No acumulado de 2021, o preço médio do diesel nos postos do Brasil tem alta de 16,4%, segundo a ANP.
O viés de alta também continua sendo verificado na gasolina, que engatou a 11ª semana consecutiva de elevação, atingindo uma média de 5,29 reais por litro nas bombas, para o consumidor final. O avanço na semana foi de 2,3%.
Agora, a gasolina figura em patamar 17,1% superior ao registrado no início de 2021.
Já o etanol, segundo a ANP, também subiu nesta semana --com ganho de 6,9%, o preço médio nos postos foi a 3,898 reais por litro. Concorrente da gasolina, o biocombustível acumula alta de cerca de 22,5% em 2021.
Na última terça-feira, a Petrobras elevou os preços da gasolina e do diesel em cerca de 5%, o que fez com que ambos os combustíveis renovassem os maiores níveis em um ano nas refinarias da estatal.
A petroleira diz seguir uma política de preços de paridade de importação, que leva em conta fatores como as cotações do petróleo no mercado internacional e do dólar.
O petróleo Brent, referência global, tem operado próximo de máximas de um ano, impulsionado especialmente por um acordo de restrição de oferta da Opep+. Já a moeda norte-americana registrou nesta sexta-feira a terceira semana seguida de ganhos frente ao real, atingindo o maior patamar desde novembro.
Neste ano, os preços da gasolina nas refinarias da Petrobras já acumulam alta de 41,5%, enquanto o diesel soma ganho de 34%.
Os valores nos postos, no entanto, não acompanham necessariamente os reajustes nas refinarias e dependem de uma série de questões, incluindo margem de distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biocombustíveis.
(Por Gabriel Araújo)