SÃO PAULO (Reuters) - O preço médio do diesel nos postos de combustíveis do Brasil avançou 4,37% em fevereiro ante janeiro, engatando a quarta alta mensal consecutiva e superando os níveis vistos em todos os meses de 2020, disse nesta segunda-feira a Ticket Log.
Segundo o índice de preços da companhia, marca de gestão de frotas e soluções de mobilidade da Edenred Brasil, o diesel comum terminou fevereiro valendo em média 4,102 reais por litro.
Desde outubro, quando o combustível mais consumido do Brasil apresentou sua última queda, a cotação acumulou um aumento de 11,36%, de acordo com a Ticket Log.
"As questões em torno do aumento do diesel estão no centro das atenções no Brasil. Em todas as regiões, tanto o diesel quanto o diesel S-10 registraram aumento dos preços em fevereiro", disse em nota o head de Mercado Urbano da Edenred Brasil, Douglas Pina.
Conforme o levantamento da companhia, baseado em abastecimentos realizados nos 18 mil postos credenciados da Ticket Log, a região Sul é a única em que a média não ultrapassou a casa dos 4 reais, embora tenha registrado as maiores altas percentuais ao longo do mês, de 5,35% para o diesel comum e 5,15% para o S-10.
Já o menor aumento ocorreu no Centro-Oeste, de 3,68% para o diesel comum.
O valor do combustível tem permanecido em foco no Brasil, especialmente após uma ameaça de greve de caminhoneiros no início do mês passado, que possuía os altos custos com o diesel entre suas pautas.
Desde então, o presidente Jair Bolsonaro passou a criticar os impostos cobrados sobre o produto, enviando ao Congresso um projeto para alteração do ICMS dos combustíveis e sinalizando com um corte temporário no PIS/Cofins.
Ele também indicou uma troca no comando da Petrobras (SA:PETR4), após atritos com o atual presidente da companhia, Roberto Castello Branco, relacionados à política de preços da estatal, que segue a chamada paridade de importação --levando em conta o valor do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar.
Nesta segunda, a Petrobras divulgou uma nova elevação de cerca de 5% nos preços da gasolina e do diesel em suas refinarias. O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais, porem, não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda e adição obrigatória de biocombustíveis.
(Por Gabriel Araujo)