Por Tom Balmforth e Valentyn Ogirenko
KIEV (Reuters) - Moscou lançou um ataque de drone "kamikaze" nesta segunda-feira, atingindo infraestruturas importantes dentro e ao redor de Kiev, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, segue para Belarus, alimentando temores de que ele pressionará seu ex-aliado soviético a se juntar a uma nova ofensiva na Ucrânia.
A Força Aérea Ucraniana disse que suas defesas aéreas derrubaram 30 drones, o terceiro ataque aéreo russo à capital ucraniana em seis dias e o mais recente de uma série de ataques desde outubro que tiveram como alvo a rede elétrica ucraniana, causando blecautes em meio a temperaturas congelantes.
O prefeito de Kiev afirmou que ninguém morreu ou ficou ferido nos ataques na capital que abalaram os distritos de Solomianskyi e Shevchenkivskyi, de acordo com informações preliminares.
Os drones "kamikaze" são aeronaves não tripuladas descartáveis, produzidas de forma barata, que voam em direção ao alvo antes de despencar em velocidade e detonar no impacto.
Na escuridão da noite, um incêndio ocorreu em um local de uma usina de energia no distrito central de Shevchenkivskyi frequentemente atacado, disse uma testemunha da Reuters.
"Ouvi uma explosão. E em três ou quatro minutos ouvi outra explosão", disse um idoso que trabalha como vigilante em um hospital próximo.
O distrito de Solomianskyi, na parte oeste de Kiev, é um movimentado centro de transportes, que abriga uma estação de trem e um dos dois aeroportos de passageiros da cidade.
Autoridades de Kiev disseram que 18 de 23 drones foram abatidos sobre a cidade de 3,6 milhões de habitantes.
"Como resultado do ataque à capital, instalações críticas de infraestrutura foram danificadas", disse o prefeito Vitali Klitschko no aplicativo de mensagens Telegram.
Oleskiy Kuleba, governador da região ao redor de Kiev, disse que a infraestrutura e casas particulares foram danificadas e que duas pessoas ficaram feridas. Segundo ele, o ataque causou danos "bastante sérios" e três áreas da região ficaram sem energia.
A operadora nacional da rede elétrica da Ucrânia, Ukrenergo, informou no Telegram que os drones tiveram como alvo usinas de energia em todo o país.
"Atualmente, a situação mais difícil está nas regiões central, leste e Dnipro", afirmou.
ATIVIDADE EM BELARUS
Há meses há uma atividade militar russa e bielorrussa constante em Belarus, um aliado próximo do Kremlin que as tropas de Moscou usaram como plataforma de lançamento para seu ataque fracassado a Kiev em fevereiro.
A visita de Putin, para conversas com o líder bielorrusso Alexander Lukashenko, será a primeira a Minsk desde 2019 --antes da pandemia e de uma onda de protestos bielorrussos em 2020 que Lukashenko reprimiu com forte apoio do Kremlin.
Lukashenko tem afirmado repetidamente que não tem intenção de enviar tropas de seu país para a Ucrânia.
"Durante (essas conversas) questões serão trabalhadas para mais agressão contra a Ucrânia e o envolvimento mais amplo das Forças Armadas bielorrussas na operação contra a Ucrânia, em particular, em nossa opinião, também no terreno", disse o comandante das forças conjuntas ucranianas Serhiy Nayev.