SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de carne suína do Brasil recuaram 18,7 por cento em julho ante um ano atrás, para 40,97 mil toneladas em julho, mas a receita saltou 10,5 por cento, beneficiada por um cenário de preços firmes, informou nesta segunda-feira a associação que reúne a indústria.
As vendas externas totalizaram 139,37 milhões de dólares no mês passado.
"Os exportadores brasileiros de carne suína estão se beneficiando da atual conjuntura do mercado mundial, com redução da oferta e aumento de preços", disse a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Segundo a ABPA, o preço médio internacional da proteína subiu 36,01 em julho, para 3.401 dólares por tonelada, em relação a 2.501 dólares no mesmo período de 2013.
FATOR RÚSSIA
O vice-presidente de suínos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Rui Eduardo Saldanha Vargas, disse que a entidade mantém a estimativa de embarques em 600 mil toneladas em 2014, crescimento de 16 por cento. Em receita, a previsão é de 1,7 bilhão de dólares, contra 1,36 bilhão de dólares do ano passado.
Em julho, os principais destinos foram Rússia (com 14.171 toneladas), Hong Kong (com 8.811 toneladas) e Cingapura (com 4.011 toneladas).
"Até dezembro, o volume mensal das vendas externas de carne suína deverá aumentar acima da média, com o anunciado interesse russo de importar do Brasil maiores quantidades do produto para substituir as compras de tradicionais fornecedores --os EUA e a União Europeia", disse Vargas.
No acumulado do ano, a Rússia também se destaca como o principal importador, com 97.931 toneladas.
A Rússia anunciou embargo à compra de alimentos de alguns países, como Estados Unidos, Austrália e Canadá, entre outros, em retaliação às sanções sofridas por conta da crise com a Ucrânia, favorecendo as vendas de carnes do Brasil.
(Por Fabíola Gomes)