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Emendas em PL de eólicas offshore custarão R$25 bi/ano aos consumidores, calcula PSR

Publicado 14.12.2023, 14:45
© Reuters.
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Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - Medidas incluídas no projeto de lei aprovado pela Câmara para regulamentar usinas eólicas no mar, como contratação obrigatória da energia de termelétricas e extensão de subsídios a fontes renováveis, terão um custo adicional de 25 bilhões de reais por ano na conta de luz dos consumidores até 2050, segundo estudo da consultoria PSR apresentado nesta quinta-feira.

Isso representará um custo da energia 11% maior, com reflexos na inflação, poder de compra da população e competitividade industrial do pais, pontuou a PSR, uma das principais referências para análises do setor elétrico.

O texto aprovado por deputados para permitir a exploração da geração eólica no mar acabou sendo desfigurado de última hora com a inclusão de diversos "jabutis" -- medidas alheias ao teor original do projeto -- que trouxeram grande apreensão no setor elétrico.

Uma das medidas que passou na Câmara é a obrigatoriedade de contratação de energia gerada por térmicas a carvão mineral por meio de leilões de reserva. Foram feitos ainda ajustes na lei de privatização da Eletrobras (BVMF:ELET3) que determinou a compra de energia de termelétricas a gás, com retirada do preço-teto para o leilão, o que também elevaria os custos.

Pelo estudo da PSR, os principais impactos na conta de luz viriam da contratação das termelétricas a gás natural e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e da extensão de subsídios para usinas renováveis no transporte da energia.

"Custo não é biodegradável, esses custos não vão desaparecer ao longo do tempo", alertou o CEO da PSR, Luiz Augusto Barroso, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.

Na avaliação da consultoria, as medidas são não apenas onerosas, mas também desnecessárias do ponto de vista técnico do setor. Como comparação, o estudo apontou que a cifra de 25 bilhões de reais adicionais é cinco vezes maior do que o benefício atual concedido ao consumidor de baixa renda, também custeado pela conta de luz.

"A contratação compulsória (de mais energia) é desnecessária, não possui respaldo técnico... e desorganiza a governança institucional, porque transfere para o Legislativo o planejamento, que é de responsabilidade do Executivo", acrescentou.

Ele afirmou que o estudo da PSR terá ainda uma segunda fase, na qual serão mensurados impactos indiretos dos "jabutis", que também exacerbam a situação de sobreoferta de energia no Brasil e podem criar problemas para os geradores com usinas já operando, sobretudo os hidrelétricos, que têm tido sua produção "deslocada" pela forte entrada das fontes renováveis e térmicas inflexíveis.

O estudo da PSR foi encomendado por várias associações do setor elétrico, que representam desde grande geradores e distribuidoras e até os pequenos consumidores de energia. O grupo, que se juntou no movimento "Transição Energética Justa", vem demonstrando grande preocupação com as medidas incluídas no PL da eólica offshore e o desequilíbrio que elas podem provocar.

Marcos Madureira, presidente da associação das distribuidoras Abradee, afirmou que o setor elétrico brasileiro está se tornando "inviável" diante da concessão de uma série de subsídios nos últimos anos que estão bancados integralmente pelo consumidor de energia, sem aportes do Tesouro.

© Reuters. Navio passa pelo parque eólico offshore de Barrow, desenvolvido pelos grupos de energia britânicos e dinamarqueses Centrica e DONG Energy, na costa de Cumbria, Inglaterra
12/04/2011
REUTERS/David Moir

"Entendemos que o Senado, assim como o próprio poder Executivo, poderão olhar com mais atenção essas medidas", disse Madureira, afirmando ter uma "boa expectativa" de retirada desses jabutis quando o projeto for apreciado pelo Senado.

"O atual governo não pode compactuar com esse tipo de atitude, tendo em vista o compromisso assumido durante o período de transição de governos, no final do ano passado de reduzir os custos da energia. Infelizmente, com esse tipo de medida, estamos seguindo em direção contrária", pontuou o diretor-presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria.

(Por Letícia Fucuchima)

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