NOVA YORK (Reuters) - Três companhias que compraram petróleo dos estoques de emergência dos Estados Unidos no ano passado levantaram dúvidas sobre níveis perigosos de contaminação química nos carregamentos, de acordo com e-mails internos do Departamento de Energia e documentos de envio revisados pela Reuters.
Problemas com a qualidade do petróleo tornariam a Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA (SPR, na sigla em inglês) menos útil em emergências porque as refinarias precisariam gastar tempo e dinheiro removendo a contaminação antes de produzir combustível. A reserva é o maior estoque governamental do mundo, atualmente com 665 milhões de barris armazenados.
Sulfeto de hidrogênio (H2S) ocorre naturalmente no petróleo e gás natural, mas os produtores normalmente o retiram antes da entrega a compradores. Altos níveis de H2S podem corroer partes da refinaria e oleodutos, além de poder ser letal para humanos em forma de gás.
Autoridades de países que são grandes consumidores mantêm petróleo em reserva para garantir que não fiquem sem óleo para refinar caso um desastre natural ou guerra perturbe a oferta global. O governo dos EUA estabeleceu sua reserva em 1975 depois do embargo árabe.
O Departamento de Energia dos EUA supervisiona a reserva e periodicamente vende uma parte do seu petróleo quando não há emergências, como fez com as vendas que incitaram as preocupações sobre contaminação.
A porta-voz do Departamento, Shaylyn Hynes, recusou-se a comentar sobre as reclamações de contaminação descobertas pela Reuters.
As três empresas que levantaram preocupações sobre os altos níveis de H2S foram a Shell, o australiano Macquarie Group e a PetroChina International America, braço de comércio estatal da PetroChina, de acordo com os documentos revisados pela Reuters e uma fonte.
(Por Catherine Ngai)