Energia solar pode acelerar expansão após forte queda de preço em leilão, diz setor

Publicado 18.12.2017, 18:50
© Reuters. Homem limpa paineis solares na comunidade Vila Nova do Amana, no Estado do Amazonas, Brasil
ENEI
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Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil contratou novas usinas de energia solar em um leilão nesta segunda-feira a um preço médio equivalente a cerca de 44 dólares por megawatt-hora, contra 78 dólares na última licitação para projetos da fonte, em 2015, em um sinal de competitividade que pode acelerar a expansão da tecnologia no país, disse à Reuters o chefe de uma associação do setor.

Em um documento com planos para a expansão da geração de energia no Brasil nos próximos dez anos publicado recentemente, a estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) disse que poderia acelerar a contratação de usinas solares se a fonte apresentasse queda significativa de preços, o que para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) já é uma realidade.

No leilão desta segunda, que contratou projetos para iniciar operação em 2021, os investidores fotovoltaicos apresentaram preços em média 56 por cento menores que o teto definido para a disputa, e terminaram com cotações mais baratas que empreendimentos hidrelétricos, até então o carro-chefe da matriz brasileira, e que térmicas a biomassa.

"É um patamar importante de competição. Esse leilão de fato marcou uma mudança de patamar da fonte... quando a gente olha o resultado, acreditamos que o Brasil já precisa começar a olhar com mais protagonismo para o papel da fonte em sua matriz", disse o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia.

Os empreendimentos solares responderam por cerca de 85 por cento da capacidade contratada na licitação, com 574 megawatts em capacidade, dentre 674,5 megawatts contratados.

O preço de referência praticado pelos investidores da fonte variou de um máximo de 250 reais por megawatt-hora a um mínimo de 155,82 reais. O teto era de 329 reais por megawatt-hora.

Sauaia atribuiu o desempenho das usinas na concorrência a um grande número de investidores interessados em um cenário de baixa demanda por contratação e à evolução tecnológica, que tem derrubado preços de equipamentos.

Houve, ainda, uma contribuição da taxa de câmbio, mais favorável agora do que em 2015, acrescentou ele.

© Reuters. Homem limpa paineis solares na comunidade Vila Nova do Amana, no Estado do Amazonas, Brasil

Entre as empresas que viabilizaram projetos na disputa apareceram a AES Tietê, da norte-americana AES, e a Enel (MI:ENEI) Green Power, do grupo italiano Enel, líder em investimentos na fonte no Brasil.

De acordo com a Absolar, o Brasil possui atualmente cerca de 850 megawatts em usinas solares em operação comercial e deverá alcançar até o final do ano a marca de 1 gigawatt, o que colocará o país em um clube com pouco mais de 20 nações que alcançaram esse patamar em todo o mundo.

Apesar do marco, a fonte ainda representa menos de 1 por cento da matriz elétrica do país, liderada pelas hidrelétricas, que respondem por cerca de 60 por cento da capacidade.

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