MOSCOU (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia deixarão os cortes de produção de petróleo muito suavemente, possivelmente estendendo os cortes de algum jeito para evitar criar qualquer novo excedente no mercado, disse o ministro de Energia da Rússia à Reuters.
Alexander Novak também disse em comentários autorizados para publicação nesta sexta-feira que ele não viu nenhuma relação direta entre os cortes de oferta de petróleo e o plano da Arábia Saudita de listar a Saudi Aramco, maior produtora de petróleo do mundo.
"Todo mundo no mercado está interessado em alcançar o equilíbrio", disse Novak em resposta a uma pergunta sobre se a Arábia Saudita poderia deixar os cortes abruptamente assim que a Aramco for listada, em algum momento de 2018. A venda de ações da petroleira saudita promete ser a maior do mundo.
A Opep e outros grandes produtores de petróleo liderados pela Rússia concordaram no mês passado em estender até o fim do próximo ano seu acordo para cortar 1,8 milhão de barris por dia de produção.
A Rússia e a Arábia Saudita melhoraram significativamente as relações bilaterais neste ano, resultando em uma visita a Moscou do rei saudita Salman, acompanhado por uma grande delegação de políticos e empresários.
Na quinta-feira, o rei Salman e o presidente russo Vladimir Putin tiveram uma conversa telefônica na qual concordaram em continuar a cooperação para garantir estabilidade nos mercados de hidrocarbonetos.
O petróleo é uma fonte crucial de receitas para os dois países, e Novak disse acreditar que os preços da commodity flutuem entre 50 e 60 dólares por barril no próximo ano.
(Por Olesya Astakhova)