SÃO PAULO (Reuters) - A estatal mineira de energia Cemig (SA:CMIG4) entrou com pedido junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o registro de projetos de geração solar em desenvolvimento pela companhia.
O movimento vem após executivos da elétrica terem comentado no final do ano passado que a Cemig buscaria oportunidades de expansão em energia solar e eólica, em meio à preparação de um novo planejamento estratégico após anos de baixos investimentos na expansão de sua capacidade.
A Aneel registrou o recebimento de pedidos de outorga da Cemig Geração e Transmissão, subsidiária da estatal, para usinas fotovoltaicas a serem desenvolvidas em São Gonçalo do Abaeté, em Minas Gerais, segundo despacho do regulador no Diário Oficial da União desta quarta-feira.
Os empreendimentos da Cemig, que formariam o complexo Jusante, somariam uma capacidade instalada total de 70 megawatts, dividida em sete empreendimentos com 10 megawatts cada, segundo documentos da Aneel.
A emissão de fato de outorgas pela agência para os projetos dependerá ainda da apresentação de documentos pela empresa, segundo a publicação no Diário Oficial.
O pedido de outorga ocorre em uma fase inicial dos projetos renováveis, quando os empreendedores possuem geralmente apenas acordos de arrendamento de terras e medições de vento ou sol na área onde eles serão instalados.
Em setembro passado, o diretor da Cemig Geração e Transmissão, Paulo Mota, disse que a companhia busca desenvolver uma carteira de projetos de geração solar com 1,4 gigawatt em capacidade. Segundo ele, a empresa também estuda projetos de instalação de placas solares nos reservatórios de suas hidrelétricas, como Três Marias, que poderiam representar mais 350 megawatts.
Ele afirmou na ocasião que a Cemig pretende viabilizar os investimentos para erguer essas usinas por meio da negociação da produção futura dos projetos no mercado livre de energia, onde grandes consumidores como indústrias negociam diretamente com fornecedores as condições de suprimento e preços.
O interesse da Cemig por geração solar vem em meio a um momento de forte aquecimento no setor, que passou a atrair a atenção de grandes grupos multinacionais com presença no Brasil e empresa locais de energia. Em 2020, a capacidade instalada em usinas solares no Brasil saltou 70%, mesmo em meio à pandemia.
(Por Luciano Costa)