Por Marcy Nicholson
NOVA YORK (Reuters) - O aumento das exportações de café do Brasil, devido ao real mais fraco, e uma seca prolongada no ano passado devem corroer estoques do grão no maior produtor e exportador global para seu nível mais baixo em pelo menos cinco anos, acrescentando preocupações sobre a oferta apertada antes de a nova safra entrar no mercado.
Os estoques de café do Brasil devem cair para entre 4,5 milhões e 11,2 milhões de sacas de 60 kg no próximo mês, quando termina o ano safra, mostrou uma pesquisa com nove exportadores, comerciantes e analistas.
A maioria das estimativas variou de 5 milhões a 8 milhões de sacas.
Este poderia ser o menor nível de estoques de passagem desde
2010/11, de acordo com dados históricos vistos pela Reuters, embora algumas fontes estimem o menor patamar desde pelo menos 2000.
Em um ano típico, estoques de passagem em junho seriam em torno de 10 milhões a 14 milhões de sacas, disse um exportador baseado no Brasil.
Uma colheita maior do que a esperada para a temporada que termina em junho de 2015 deve ajudar os estoques de passagem, mesmo depois das perdas pela seca do ano passado.
Mas, com o consumo doméstico do Brasil permanecendo em
cerca de 21 milhões de sacas, a produção exportável seria de apenas 24 milhões de sacas, utilizando a estimativa de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 44,1-46,6 milhões de sacas para 2015/16, disse a Organização Internacional do Café.
Isso se compara com as exportações de café do Brasil recordes de 36,8 milhões de sacas em 2014/15 (abril/março), segundo dados da OIC.
(Por Marcy Nicholson, com reportagem adicional de Reese Ewing)