Por Jarrett Renshaw
NOVA YORK (Reuters) - Assessores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediram para que ele deixe o Congresso liderar os esforços para reduzir o custo da política de biocombustíveis do país para empresas de refino, usando seu poder executivo somente se os legisladores não conseguirem progredir nas discussões, de acordo com três fontes próximas ao assunto.
A recomendação ressalta as dificuldades que a Casa Branca tem enfrentado na tentativa de ajustar o Padrão de Combustível Renovável (RFS, na sigla em inglês), uma lei de uma década destinada a ajudar os agricultores e a reduzir as importações de combustíveis, mas que tem dividido por anos as indústrias de milho e petróleo.
O RFS exige que as refinarias cubram o preço da mistura de biocombustíveis, como o etanol à base de milho, à oferta de combustíveis, criando um mercado lucrativo para os produtores, mas uma dor de cabeça para a indústria de refino, que aponta altos custos com a operação.
A Casa Branca de Trump organizou uma série de reuniões nos últimos meses para tentar encontrar mudanças aceitáveis para os dois lados da discussão, incluindo a possibilidade de colocar um teto no preço dos créditos de mistura que as refinarias precisam comprar para comprovar adesão ao RFS.
Mas os esforços expuseram grandes divergências entre os lobbies do milho e do petróleo, juntamente com discordâncias entre refinadores integrados, como BP e ExxonMobil (NYSE:XOM), e refinarias de mercado, como a PBF Energy.
Isso significa que qualquer ação da Casa Branca vai perturbar pelo menos uma ala da base de Trump, de acordo com as fontes, que pediram para não serem identificadas.
Duas das fontes disseram que Trump concordou em atender a recomendação de seus conselheiros de deixar a questão para o Congresso, ficando em aberto a opção de agir se os parlamentares não avançarem na questão.
A terceira fonte disse que ainda não está claro o que Trump fará.
A porta-voz da Casa Branca, Kelly Love, não respondeu a um pedido de comentário. Funcionários da Agência de Proteção Ambiental (EPA), que administra o RFS, e do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) também não responderam aos pedidos de comentários.