SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de café do Brasil de janeiro a agosto recuaram 5,3% ante o mesmo período do ano passado, para 25,3 milhões de sacas de 60 kg, em meio a uma safra menor que o esperado e a problemas logísticos, mas as receitas no acumulado de 2022 até o mês passado atingiram um recorde graças a preços mais altos, informou nesta segunda-feira o conselho dos exportadores Cecafé.
Nos oito primeiros meses do ano, a receita com os embarques brasileiros do produto alcançou a máxima histórica de 5,9 bilhões de dólares, crescimento de 61,4% na comparação anual.
"A receita cambial recorde resulta dos bons níveis de preço praticados nos mercados interno e externo e da taxa de câmbio favorável", disse o presidente do Cecafé, Günter Häusler, em nota.
Entre janeiro e o fim de agosto deste ano, o preço médio pago pelos cafés do Brasil exportados foi de 233,58 dólares por saca, alta de 70,4% na comparação com o período de 2021.
Segundo o presidente do Cecafé, o setor conseguiu os resultados apesar de dificuldades logísticas, como escassez de contêineres para os embarques.
"Mesmo diante de mais de dois anos convivendo com todos os gargalos logísticos conhecidos, eles (exportadores) seguem executando um trabalho exemplar, permitindo que o Brasil honre seus compromissos internacionais e mantenha sua participação de mercado."
AGOSTO
Em agosto, a exportação de café verde do Brasil atingiu 2,44 milhões de sacas, queda de 1,2% ante o mesmo mês de 2021, pressionada por uma redução acentuada dos embarques de café conilon/robusta, que vem tendo forte demanda no mercado interno.
Já a exportação de café arábica do país em agosto atingiu 2,35 milhões de sacas, alta de 10,6%% ante o mesmo mês de 2021. Os embarques de robustas/conilons foram de apenas 89,2 mil sacas, queda de 74,2% na comparação anual.
A receita com exportações de café brasileiro em agosto somou 655,3 milhões de dólares, alta de 49,5%.
(Por Roberto Samora)