Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações brasileiras de milho somaram 6,35 milhões de toneladas em janeiro, mais que o dobro do volume de 2,73 milhões embarcado um ano antes e um novo recorde para o mês, mostraram dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta quarta-feira, enquanto as vendas externas de soja caíram abaixo da metade no comparativo anual.
A máxima histórica anterior em um janeiro foi registrada em 2016, quando o país enviou 4,4 milhões de toneladas de milho ao mercado internacional.
Reportagem da Reuters antecipou ainda na primeira quinzena de janeiro que o Brasil poderia atingir um novo recorde nos embarques do primeiro mês do ano, com base em informações da associação de exportadores de cereais Anec, embora a base de dados da entidade tenha diferenças em relação à do governo federal.
Na ocasião, a Anec destacou uma firme demanda vinda de importadores da China, que abriu seu mercado para o cereal do Brasil no fim de 2022.
A China chegou a ser destino de 1,165 milhão de toneladas de milho do Brasil em 2022, com quase a totalidade embarcada em dezembro, o que representou 18% do total exportado pelo país no último mês do ano passado, conforme dados do governo.
Além disso, para o recorde mensal, o Brasil contou com ampla disponibilidade do cereal para embarque devido a uma safra cheia no inverno de 2021/22, mas a expectativa é de mudança no cenário de exportação.
"Já não temos tanto milho assim para exportar e os EUA têm preço mais competitivo no primeiro semestre", disse à Reuters a analista da consultoria AgRural Daniele Siqueira.
Em contrapartida, um menor volume de estoques de passagem e início mais lento da colheita de 2022/23 reduziram a oferta de soja para exportação em janeiro.
Segundo a Secex, o maior produtor e exportador global de soja embarcou 851,88 milhões de toneladas do grão no mês passado, versus 2,45 milhões em janeiro de 2022.
(Reportagem adicional de Ana Mano)