SÃO PAULO (Reuters) - As exportações totais de carne bovina do Brasil avançaram 27% no primeiro semestre deste ano em comparação com igual período de 2018, atingindo 828.669 toneladas, informou nesta quinta-feira a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
Segundo comunicado do órgão, as receitas com os embarques de carnes bovinas tanto in natura quanto processada também cresceram, chegando a um faturamento de 3,1 bilhões de dólares, alta de 17% ante os seis primeiros meses do ano passado.
A Abrafrigo destacou que a China continua sendo o principal destino das exportações brasileiras do produto, apesar de ter reduzido sua participação no mercado de 45,3% na primeira metade de 2018 para 38,4% dos embarques nos primeiros seis meses deste ano. Ainda assim, a quantidade adquirida pelos chineses subiu 7% no período, para 317.828 toneladas.
Neste ano, a China vem aumentando seu consumo de carnes alternativas à suína, principal proteína do país, por conta de um amplo surto de peste suína africana em sua criação de porcos, a maior do mundo.
Ainda assim, as exportações de carnes bovinas brasileiras ao país asiático não atingiram o máximo possível, pois foram brevemente interrompidas em junho por conta de um caso atípico de vaca louca identificado em Mato Grosso.
No início do mês passado, a Reuters noticiou que a Abrafrigo esperava, com isso, uma recuperação no nível dos embarques à China apenas em julho, prevendo até mesmo uma possibilidade de recorde de vendas neste mês.
De acordo com a entidade, a alta nas exportações no primeiro semestre e a redução percentual da participação chinesa foram puxadas por avanços nos embarques ao Egito, segundo principal destino do produto brasileiro, com ampliação de 12%, e por crescimentos expressivos nas vendas a nações como Turquia (+870%), Rússia (+865%) e Emirados Árabes Unidos (+443%).
JUNHO
Mesmo com o embargo momentâneo imposto pela China no início de junho, o mês terminou com uma forte alta de 107% nos volumes de exportação de carnes bovinas in natura e processadas ante igual período de 2018, com um total de 134.377 toneladas embarcadas, segundo a Abrafrigo.
A entidade justifica o aumento expressivo com o baixo nível de vendas registrado em junho de 2018, quando as exportações foram prejudicada por uma greve histórica de caminhoneiros, contra os altos preços do diesel.
(Por Gabriel Araujo)