Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações brasileiras de milho pelo porto de Paranaguá, no sul do país, cresceram atípicos 161% nos primeiros cinco meses do ano, em parte devido à falta de produto da Ucrânia no mercado, de acordo com um comunicado nesta terça-feira da autoridade portuária local.
O volume de milho a granel exportado entre janeiro e maio via Paranaguá atingiu 1,546 milhão de toneladas, ante 591.538 toneladas nos mesmos meses do ano anterior, informou o comunicado.
Os dados mostram como o conflito na Ucrânia está fazendo com que os compradores de milho busquem suprimentos de origens alternativas.
O Brasil não é um grande exportador de milho nesta época do ano, segundo Helder Catarino, gerente geral da Interalli, que opera no porto. Ele disse que após a invasão russa da Ucrânia, o país não conseguiu enviar milho pelo Mar Negro, como de costume.
“O Brasil entrou porque ainda tinha estoques, com boas margens de preço. Ou seja, teve demanda e oferta”, disse Catarino em comunicado.
Abrir espaço para milho safrinha em armazéns também impulsionou as exportações do produto nas primeiras semanas do ano, disse a autoridade portuária referindo-se à segunda safra de milho do Brasil.
A segunda safra de milho do Brasil, que representará cerca de 75% da produção nacional nesta temporada, está sendo colhida nos campos agora e está chegando gradualmente aos silos do porto de Paranaguá desde o início de junho.
Agricultores do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul forneceram a maior parte do milho enviado por Paranaguá, disse o comunicado.
Egito, Irã, Espanha, Coreia do Sul e Portugal foram os principais destinos.