A forte recuperação do nível dos reservatórios em 2022 reduz o risco hidrológico dos geradores de energia, avalia a Fitch. Para 2023, a agência projeta um risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês) de 0,85, uma ligeira melhora em relação aos 0,80 esperados para 2022.
"Os níveis atuais dos reservatórios no Brasil são os mais altos para o período desde 2012, o que proporciona um cenário mais favorável para o uso de usinas hidrelétricas", destaca a Fitch.
Ao final de junho de 2022, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por 70% do armazenamento de água do Brasil, estavam com 65,5% de sua capacidade, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, forte recuperação em relação ao ano anterior, quando o nível era de 29,1%.
Ao mesmo tempo, o menor despacho térmico resultante também beneficiará as distribuidoras, pois reduz a pressão sobre os custos de compra de energia. Mesmo assim, a Fitch entende que o risco hidrológico permanece diretamente ligado ao comportamento das precipitações na estação chuvosa, que vai de outubro de 2022 a abril de 2023.
Os cenários da Fitch não incorporam uma melhora mais significativa do GSF no longo prazo, permanecendo a média anual abaixo de 1,0.
Além das questões pluviométricas, a expansão dos parques eólicos e solares, cuja energia precisa ser drenada no momento da geração, afeta o despacho de fontes hídricas e térmicas, que possuem capacidade de armazenamento e também impactam os níveis de GSF.
"Portanto, as empresas que dependem da geração hidrelétrica terão de continuar protegendo suas exposições mantendo parte de sua energia não regulada e/ou comprando energia de terceiros", diz a análise da agência de riscos.