Por Alexandra Valencia
QUITO (Reuters) - As Forças Armadas do Equador afirmaram nesta terça-feira que não permitirão que protestos contra as políticas econômicas do presidente Guillermo Lasso atentem contra a democracia, em meio a confrontos de manifestantes indígenas com as forças de segurança em Quito.
Milhares de indígenas participaram de uma passeata pela capital na segunda-feira para exigir respostas de Lasso a seus dez pedidos, que incluem baixar o preço dos combustíveis, ampliar prazos para pagar dívidas financeiras, limitar a expansão do petróleo e aumentar o orçamento para saúde e educação intercultural.
O governo respondeu às demandas em contato com as lideranças indígenas e está à espera de novidades. Também aceitou propostas de mediação de organizações da sociedade civil, disse.
As forças de segurança e os manifestantes entraram em conflito na capital na tarde desta terça-feira. Alguns participantes das passeatas atiraram paus e foram repelidos com gás lacrimogêneo e munição não-letal, segundo uma testemunha da Reuters.
“As Forças Armadas não permitirão que se tente romper a ordem constitucional ou qualquer ação contra a democracia e as leis da República”, afirmou o ministro da Defesa, Luis Lara, em um comunicado à imprensa ao lado dos chefes militares.
“Convocamos os equatorianos à unidade nacional”, acrescentou, mencionando que por trás da violência dos protestos estão “as mãos do narcotráfico e do crime organizado”.
(Reportagem adicional de Tito Correa em Quito)