Por Sunil Kataria e Anushree Fadnavis
AMBALA, Índia (Reuters) - Forças de segurança da Índia dispararam gás lacrimogêneo nesta quarta-feira contra milhares de agricultores que faziam uma marcha rumo à capital Nova Délhi a fim de exigir preços maiores por seus produtos.
Viajando em caminhões e carrinhos carregados de alimentos, roupas de cama e outros suprimentos, os agricultores iniciaram a marcha "Delhi Chalo" (Vamos para Délhi) na manhã de terça-feira, depois que negociações com o governo não resultaram em um acordo sobre os preços mínimos para uma série de produtos.
Eles foram parados pelas forças de segurança na fronteira de Shambhu, que divide Punjab e Haryana -- os Estados do norte aos quais a maioria deles pertence -- a quase 200 km de seu destino.
Os manifestantes atiraram pedras e tentaram derrubar barricadas, disse o diretor geral da polícia de Haryana, Shatrujeet Kapur.
"A polícia e as forças paramilitares usaram força mínima (como) gás lacrimogêneo e canhões de água e mantiveram a situação sob controle", disse ele.
As forças de segurança também usaram drones para lançar cilindros de gás lacrimogêneo sobre os agricultores que, em resposta, soltaram pipas no céu na esperança de enredar as máquinas.
Um protesto semelhante de um ano em 2021 por parte dos agricultores, um poderoso bloco eleitoral, pressionou o governo do primeiro-ministro Narendra Modi a revogar algumas leis agrícolas e prometer encontrar maneiras de garantir preços de apoio para todos os produtos agrícolas.
Os agricultores dizem que o governo tem demorado a cumprir a última promessa.
"Da última vez, eles nos enganaram, mas desta vez não seremos enganados. Não voltaremos até que nossas demandas sejam atendidas", disse Jasmeet Singh, de 23 anos, morador da região de Ambala, em Haryana, que também participou dos protestos em 2021.
Líderes de sindicatos de agricultores também disseram que o governo deveria aceitar suas demandas ou permitir "democraticamente" que eles fossem a Nova Délhi.
Os últimos protestos ocorrem enquanto o país está a meses de uma eleição nacional na qual Modi buscará um terceiro mandato.