Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - Os quatro primeiros lotes do leilão de linhas de transmissão de energia desta sexta-feira foram arrematados com fortes deságios ante a receita máxima permitida, em projetos que devem exigir mais de 7 bilhões de reais de investimentos, com destaque para a indiana Sterlite Power Grid.
A Sterlite, que chegou ao Brasil neste ano, arrematou o terceiro lote do leilão com 35,72 por cento de deságio, para linhas de transmissão no Pará e Tocantins e investimentos previstos de 2,78 bilhões de reais, o maior do certame realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Com a vitória, a companhia indiana reforça sua presença no Brasil após ter surpreendido o mercado ao estrear em um leilão de concessões para novas linhas de energia realizado pelo governo em abril, quando arrematou dois lotes de empreendimentos.
A receita anual ofertada pela Sterlite para o lote 3 foi de 313 milhões de reais.
Algumas empresas, como a indiana, têm demonstrado forte apetite pelos ativos de transmissão não apenas pelo retorno oferecido, mas também pela possibilidade de venderam seus equipamentos.
Já o Consórcio Engie Brasil Transmissão, da francesa Engie, venceu o primeiro lote com a oferta de 34,80 por cento de deságio. O investimento previsto, que prevê a construção de linhas no Paraná, é de 2 bilhões de reais, o segundo maior do leilão.
Já o lote 2, de linhas para o escoamento de energia do Piauí e Ceará, foi arrematado pela Celeo Redes Brasil, controlada pela espanhola Elecnor, com oferta de 53,21 por cento de deságio. O investimento previsto para o lote é de 1 bilhão de reais.
O lote 4 do foi arrematado pela Neoenergia com 46,62 por cento de deságio, em projeto que exigirá investimento de cerca de 1,35 bilhões de reais.
O leilão de transmissão de energia, que prosseguia nesta tarde com lotes menores, poderá trazer investimentos de quase 9 bilhões de reais, se todos os 11 projetos previstos forem arrematados.
No total, serão oferecidos 4,9 mil quilômetros de novas linhas a serem construídas e operadas nos Estados de Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Tocantins, segundo a Aneel.
(Por José Roberto Gomes)