SÃO PAULO (Reuters) - A safra de laranja 2020/21 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro foi estimada nesta quarta-feira em 269 milhões de caixas de 40,8 kg, praticamente estável ante projeção divulgada em dezembro, mas com um recuo de 6,5% na comparação com a primeira estimativa, de maio de 2020.
Segundo o órgão de pesquisa Fundecitrus, a produção cairá 30,45% ante a safra anterior, a maior quebra anual desde 1988, com efeitos da bienalidade da cultura e condições climáticas adversas, como a seca.
Apesar do dezembro mais chuvoso da última década, disse o Fundecitrus em nota, as plantas ainda sofrem os efeitos da escassez de água observada em 2020.
"Essa quebra de safra sem precedentes na história da citricultura evidencia a severidade dos problemas climáticos nesta temporada. Após dezembro registrar volume pluviométrico 8% acima da média histórica, o cinturão citrícola voltou, em janeiro de 2021, a enfrentar o quadro de escassez de chuvas, que vem predominando desde o início da safra, provocado principalmente pelo fenômeno La Niña", comentou o coordenador da Pesquisa de Estimativa de Safra (PES), Vinícius Trombin.
Ao final de outubro, a Reuters noticiou com base em avaliações de especialistas que o tempo seco e as temperaturas relativamente altas no inverno acentuariam a quebra de produção do Brasil, maior exportador global de suco de laranja. A região de São Paulo e Minas é a principal fornecedora da fruta para a indústria.
Em função das condições climáticas adversas, o peso médio que os frutos devem atingir no ponto de colheita foi reduzido na última revisão da safra, em dezembro, e os frutos colhidos até o momento não indicam necessidade de alterar a projeção, segundo o Fundecitrus.
De maneira geral, 81% da safra de laranja já foi colhida, afirmou o órgão de pesquisa.
Considerando todas as variedades, o tamanho médio é mantido em 261 frutos por caixa, o que significa que cada laranja deve pesar, em média, 156 gramas, peso 8% inferior à média das últimas cinco safras (169 gramas).
(Por Roberto Samora)