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Futuros de grãos caem devido ao peso do forte dólar

Publicado 23.10.2012, 08:54
Investing.com – Os contratos futuros de grãos caíram nas negociações europeias da manhã desta terça-feira, uma vez que um dólar norte-americano mais forte e que a diminuição das preocupações com a colheita de grãos dos EUA pesaram.

As commodities agrícolas ficaram sob pressão causada pela influência do mercado externo nesta terça-feira, uma vez que o apetite por ativos mais arriscados diminui depois que a Moody’s rebaixou a classificação de crédito de cinco regiões espanholas, na tarde de ontem.

O dólar norte-americano subiu para uma alta de uma semana em relação ao euro, ao passo que o índice do dólar, que acompanha o desempenho do dólar norte-americano em comparação com a cesta das seis principais moedas, subiu 0,3%, para 79,91, a maior alta desde 15 de outubro.

Um dólar mais forte reduz o apelo das safras norte-americanas para os compradores estrangeiros e faz das commodities um investimento alternativo menos atraente.

Na Bolsa Mercantil de Chicago, os contratos futuros de soja para entrega em novembro foram negociados a US$ 15,3662 por bushel, caindo 0,6%. O contrato de novembro caiu até 0,9% no início da sessão, para US$ 15,3188 por bushel, a baixa diária.

O relatório do Ministério da Agricultura dos EUA (USDA) sobre o progresso semanal da safra, divulgado no fechamento das negociações de segunda-feira, mostrou que aproximadamente 80% da safra de soja dos EUA foi colhida a partir de 21 de outubro, acima dos 71% registrados na semana anterior.

A média de cinco anos para esta época do ano é de 69%, ao passo que somente 77% da safra foi colhida na mesma semana no ano passado.

Os preços da soja ficaram sob forte pressão de venda nas últimas semanas, perdendo quase 13% desde que atingiu uma alta recorde de US$ 17,8888 por bushel em 4 de setembro, quando os agricultores norte-americanos começaram a colher a soja em um ritmo mais rápido.

Em 15 de outubro, os preços do contrato vencendo este mês caíram para US$ 14,8587, uma baixa de três meses e meio.

Os traders de soja também começaram a se concentrar na produção de soja no Brasil e na Argentina, segundo e terceiro maiores exportadores da oleaginosa.

Enquanto isso, os futuros de milho para entrega em dezembro foram negociados a US$ 7,5612 por bushel, caindo 0,7%. No início do dia, o contrato de dezembro caiu até 0,8%, para US$ 7,5512, uma baixa da sessão e a maior baixa desde 18 de outubro.

O USDA informou que cerca de 87% da safra norte-americana de milho foi colhida a partir da semana passada, acima dos 79% da semana anterior e significativamente maior que os 49% registrados na mesma semana do ano anterior.

A média de cinco anos para esta época do ano é de 60%.

Os preços do milho ficaram sob pressão nas últimas semanas, uma vez que uma combinação de preocupações reduzidas com o ritmo da colheita norte-americana e preocupações com uma demanda menor pelo milho norte-americano reduziram o apelo da commodity.

Os futuros de milho caíram quase 10% desde que atingiram uma alta recorde de US$ 8,4237 por bushel em 10 de agosto.

Em outros lugares, os contratos futuros de trigo para entrega em dezembro foram negociados a US$ 8,7088 por bushel, caindo 0,8%. O contrato de dezembro caiu até 1% no início do dia, para US$ 8,6788 por bushel, a baixa da sessão.

Os preços do trigo ficaram sob pressão vinda de realização de lucros, após subirem por quatro dias consecutivos após as preocupações com uma interrupção no abastecimento vindo da Ucrânia.

A Ucrânia é uma das maiores exportadoras de trigo e concorre com os EUA pelos negócios desse setor no mercado global. Uma interrupção no abastecimento vindo do país pode aumentar a demanda pelas reservas norte-americanas, que é o terceiro maior produtor mundial de trigo e o maior exportador da fibra.

As especulações de que as condições climáticas secas na região das Grandes Planícies dos EUA e na Austrália reduziram a produção em um momento em que as reservas globais estão já caindo também ajudaram a limitar as perdas.

O milho é a maior safra norte-americana, seguido pela soja, segundo estatísticas do governo. O trigo ocupa o quarto lugar, atrás do feno.

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