SÃO PAULO (Reuters) - Garimpeiros que trabalham em unidades ilegais na floresta amazônica bloquearam nesta segunda-feira uma importante estrada para o transporte de grãos no Pará, a BR-163, protestando contra operações do governo no local, informou a polícia.
Os manifestantes, em sua maioria moradores de Moraes Almeida, distrito no município de Itaituba que está no centro de uma crise ambiental devido a incêndios generalizados nas florestas próximas, bloquearam a estrada usada pelos comerciantes de commodities para transportar soja e milho de Mato Grosso para um porto no rio Tapajós, no Pará.
"Em Itaituba/PA..., às 9h, ocorreu uma interdição total, no Distrito de Moraes Almeida, com extensão de congestionamento de 1,2 quilômetros para o sentido decrescente e nove quilômetros no crescente, em virtude de manifestação de trabalhadores locais, com cerca de 250 manifestantes", disse a Polícia Rodoviária Federal.
Segundo policiais, os garimpeiros protestam contra fiscalização ambiental do governo e demandam a presença do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
"Há liberação de tráfego de seis em seis horas", acrescentou a polícia.
Segundo a polícia, os mineradores pedem que o governo interrompa as operações e a destruição de equipamentos. Eles também pediram ao governo para legalizar algumas áreas de mineração na região.
Os embarques de milho do porto do rio Tapajós, em Itaituba, estão em pleno andamento, já que o Mato Grosso terminou recentemente a colheita de uma grande safra do cereal.
O Brasil está exportando uma quantidade recorde de milho este ano, após uma colheita abundante.
A mineração ilegal é uma das atividades que estaria por trás da destruição da floresta tropical, segundo ambientalistas.
A extração ilegal de madeira e algumas clareiras para agricultura e pecuária são outras ações vistas como fatores que impulsionam o desmatamento.
O presidente Jair Bolsonaro prometeu legalizar algumas áreas para atividades de mineração em pequena e larga escalas no Norte do Brasil.
A polícia disse que não estava claro quando os protestos terminariam.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)
((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751))REUTERS RS GA