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Goiás prevê disputa em leilão da elétrica Celg-D; minimiza atraso de edital

Publicado 08.03.2016, 12:39
Atualizado 08.03.2016, 12:50
© Reuters.  Goiás prevê disputa em leilão da elétrica Celg-D; minimiza atraso de edital
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Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - O leilão de privatização da distribuidora goiana de energia Celg-D deverá ser reagendado nos próximos dias, quando está prevista a publicação do edital, e o atraso em relação ao cronograma original não é algo que possa atrapalhar o certame, que deverá ter mais de um consórcio na disputa.

A avaliação é o do presidente da CelgPar, Fernando Navarrete --a holding, do governo de Goiás, detém cerca de 49 por cento da elétrica, controlada pela federal Eletrobras (SA:ELET3).

Ambos acionistas venderão a totalidade da participação na concessionária, cujo leilão estava marcado para 31 de março, uma data que já não é factível devido ao atraso na publicação do edital, que precisa ser divulgado com ao menos 30 dias de antecedência, conforme antecipou a Reuters.

"Nossa expectativa é de que seja um leilão disputado, até porque a concessão da Celg-D é hoje o principal e melhor dos ativos de distribuição no mercado... apesar dos fatores externos que podem influenciar no leilão, acho que é uma concessão extremamente atrativa", disse o presidente da CelgPar, Fernando Navarrete, em entrevista à Reuters.

O leilão da elétrica terá um preço mínimo de cerca de 2,8 bilhões de reais, considerando todas as participações, mas o negócio envolverá pelo menos 5,2 bilhões de reais se somadas as dívidas a serem assumidas pelo comprador.

Navarrete minimizou o atraso para a publicação do edital e disse acreditar que a situação será resolvida brevemente.

"Não há nenhum motivo para esse atraso, que pode se chamar de pequeno, que não seja o necessário zelo para produzir um edital bem feito, que seja aprovado com tranquilidade pelo Tribunal de Contas da União (TCU)".

Ele estimou que o edital seja publicado em até dez dias.

O documento está sendo preparado pelos coordenadores da privatização da Celg-D, um grupo que inclui o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o IFC, braço do Banco Mundial, e o Ministério de Minas e Energia.

Navarrete disse que, como esse grupo tem sido responsável pelo processo, não tem conhecimento das empresas que já se inscreveram para o certame, mas apostou na participação de empresas nacionais e estrangeiras, com alguma vantagem dessas últimas devido à questão cambial e a uma maior facilidade de financiamento.

Ele citou como possíveis interessadas as chinesas State Grid e Three Gorges e a italiana Enel (MI:ENEI), além de empresas brasileiras.

"Penso que haverá disputa, e é possível até que exista algum ágio... a gente sabe que existem dois ou três grupos nacionais que teriam sinergias entre a Celg-D e ativos que já possuem... e grupos internacionais que já estão no Brasil e demonstraram interesse", disse.

Ele afirmou, no entanto, que espera uma disputa limitada às empresas já presentes no país, até por conta das incertezas no cenário macroeconômico e político em um momento em que o Congresso Nacional discute a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

"Imagino que o grupo que nunca tenha investido no Brasil dificilmente vai se interessar por esse leilão... mas quem conhece o Brasil sabe que ele tem um enorme potencial. Claro que essas circunstâncias podem inibir uma competição maior, mas haverá (disputa)".

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou recentemente que seis consórcios mostraram interesse na Celg-D.

INVESTIMENTOS À VISTA

Além do lance bilionário, Navarrete afirmou que o grupo que levar a concessão da Celg-D precisará fazer fortes investimentos.

Somente para este ano, a companhia projeta necessidade de 450 milhões de reais.

"Por um lado, isso talvez exclua um ou outro competidor, porque demanda recursos não só para a aquisição, mas para investimento. Mas, por outro lado, vai garantir um retorno maior para quem tiver essa força", afirmou.

Ele explicou que todos investimentos na concessão são incorporados às tarifas e essa necessidade de aporte já estaria bem precificada pelos interessados.

"A Celg passou por anos difíceis e talvez demande um primeiro, segundo ano, com maior volume de investimentos, mas isso é há muito conhecido", disse.

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