Por Barani Krishnan
Investigng.com - {{0|Ouro}, o porto-seguro, mais uma vez funcionou como um curativo para Wall Street na segunda-feira (16) enquanto investidores impactados pela queda em outros ativos vendiam o metal amarelo a níveis de US$ 1.400 para cobrir margens e perdas.
Em apenas uma semana, a debandada no ouro custou ao metal mais seguro de todos mais de US$ 200 por onça, enquanto tanto as barras quanto os futuros negociados na Comex de Nova York caíam diversos níveis de suporte em relação a máximas de sete anos acima de US$ 1.700.
Em Wall Street, o Dow, o S&P 500 e o Nasdaq estavam todos em queda de mais de 9% cada um, ignorando o movimento emergencial do Federal Reserve de cortar as taxas de juros para perto de zero e as promessas do banco central de comprar US$ 700 bilhões em ativos para apoiar os mercados.
“As posições em ouro continuam a ser liquidadas agressivamente enquanto rebalanceamento e chamadas de margem estimularam os fundos a vender o metal amarelo, fazendo com que os preços tivessem seu maior declínio semanal desde 1983”, disse a TD Securities, referindo-se à perda de 9% da semana passada.
“A atual liquidação no mercado de ouro é similar ao que aconteceu durante a crise financeira, quando os preços despencaram por um período de mais de três meses junto de avaliações de ativos em colapso, enquanto uma maior volatilidade e as chamadas de margem fez com que os investidores vendessem para criar liquidez.”
Os futuros do ouro para entrega em abril na Comex de nova York caíram US$ 17,40, ou 1,15%, a US$ 1.499,30 por onça. Anteriormente, caiu para mínima de dezembro de US$ 1.451, um contraste em relação à máxima em sete anos atingida na semana passada, de US$ 1.704,30.
O ouro spot, que monitora negociações em barras, estava em queda de US$ 30,02, ou 1,96%, a US$ 1.499,41 às 17h08 (horário de Brasília).
Ainda assim, alguns ainda enxergam luz no fim do túnel para aqueles que ainda detém o metal precioso.
Adrian Ash, diretor de pesquisa da plataforma de negociação online BullionVault, disse à CNBC na segunda-feira que os mercados estavam vendo uma corrida por dinheiro, “você tem uma forte e crescente, quase desenfreada, demanda por barras físicas vindo na direção contrária.”
A TD Securities apontou para a mesma direção em sua previsão para o ouro além do prazo imediato.
“Enquanto a incerteza ao redor do vírus provavelmente irá manter os riscos de volatilidade e liquidação altos, as históricas baixas taxas de juros reais/nominais pendentes, injeções de liquidez, flexibilização quantitativa e programas de suporte à renda devem reduzir a volatilidade e direcionar o capital em direção ao ouro novamente quando a poeira baixar”, disse.