Governo avalia reduzir royalty do petróleo para dar fôlego a área marginal em Campos

Publicado 15.04.2021, 15:17
© Reuters. Funcionário observa equipamento de produção de petróleo
CL
-
PETR4
-

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo estuda reduzir royalties cobrados em campos marítimos maduros ou com acumulações marginais na Bacia de Campos, para dar fôlego financeiro a operações que perderiam a atratividade pelos baixos volumes produzidos, disse à Reuters uma autoridade do Ministério de Minas e Energia.

A ideia é uma das inúmeras em estudo no âmbito do Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos (Promar), que visa aumentar a produtividade, a extensão da vida útil e o aumento do fator de recuperação de áreas também em outras bacias, além de Campos.

Uma regulação recente permitiu reduzir os royalties sobre produção incremental, possível após investimentos elevarem a vida útil de determinados ativos. A ideia agora seria atender áreas que estão no limite da economicidade, mas ainda tem petróleo a ser produzido.

"Nós temos resolução da (reguladora) ANP para produção incremental, mas achamos que em muitos casos não é suficiente", afirmou o diretor do Departamento de Políticas de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, Rafael Bastos.

A avaliação vem em um momento em que a Petrobras (SA:PETR4) busca compradores para suas áreas maduras, enquanto foca no desenvolvimento de áreas mais novas, no pré-sal da Bacia de Santos.

"Precisamos identificar casos que estão no limite da economicidade... qualquer redução (de royalties) vai dar sobrevida", afirmou ele, indicando que as companhias poderiam manter a produção mesmo quando os custos passam a deixar os ativos menos interessantes.

O tema de royalties, segundo o diretor, é um dos que está mais em foco no Promar. Outros temas, como a simplificação de transferência de ativos entre empresas e regulamentação da Nova Lei do Gás, também ganham destaque, afirmou.

O governo recebeu mais cem contribuições durante consulta pública do programa, disse Bastos, ao explicar que agora haverá o início da fase de discussões.

Na quinta e na sexta-feira, será o primeiro workshop do Promar, que promoverá debates sobre cessão de direitos e transição de operação, escoamento e comercialização, dentre outros temas.

O diretor do ministério reiterou que a previsão é que um segundo workshop seja realizado em junho e um relatório final seja encaminhado ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em julho.

A iniciativa tem forte apoio do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), que representa as petroleiras no país.

Em sua primeira entrevista após assumir a diretoria executiva de Exploração e Produção do IBP, Flávio Vianna disse à Reuters que o momento para a discussão do Promar é "absolutamente oportuno", em um cenário de avanço da transição energética e de recursos limitados de investimentos, devido à pandemia de Covid-19.

"O Brasil tem recursos, eles estão descobertos, já convivemos com a Bacia de Campos há mais de 40 anos, ela já deu muito para o Brasil e pode dar muito mais", disse Vianna.

A Bacia de Campos, que até meados de 2017 era a principal bacia produtora de óleo e gás do país, viu sua produção recuar mais de 50% nos últimos dez anos, devido a um declínio natural esperado em reservatórios de petróleo, segundo dados da ANP.

© Reuters. Funcionário observa equipamento de produção de petróleo

Hoje, a bacia representa cerca de um quarto da produção de óleo e gás do país.

(Por Marta Nogueira)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.