Por Pavel Polityuk e Tom Balmforth
KIEV (Reuters) - Uma autoridade instalada pela Rússia no sul da Ucrânia disse na quinta-feira que Moscou provavelmente retirará suas tropas da margem oeste do rio Dnipro, sinalizando um grande recuo que, se confirmado, seria um grande ponto de virada na guerra.
Ainda assim, autoridades ucranianas e analistas ocidentais permaneceram cautelosos com os sinais de que a Rússia estava abandonando a área, e houve silêncio dos superiores em Moscou sobre o que seria uma das retiradas mais humilhantes da Rússia até agora.
Kiev disse que ainda está lutando na área e teme que Moscou possa estar armando uma armadilha ao fingir uma retirada.
"Provavelmente nossas unidades, nossos soldados, partirão para a margem esquerda (leste)", disse Kirill Stremousov, vice-administrador civil da região de Kherson, instalado na Rússia, em entrevista ao Solovyov Live, um meio de comunicação online favorável ao Kremlin. .
A área inclui a cidade de Kherson, capital da região de mesmo nome, e a única grande cidade que a Rússia capturou intacta desde sua invasão em fevereiro. Também inclui um lado de uma enorme barragem no rio Dnipro, que controla o abastecimento de água para irrigar a Crimeia, a península que a Rússia ocupa desde 2014.
Anteriormente, a Rússia havia negado veementemente que suas forças planejavam se retirar da área, uma das novas conquistas mais importantes, e que o presidente Vladimir Putin afirmou ter anexado à Rússia no final de setembro.
Especulações surgiram na quinta-feira sobre se a Rússia estava de fato se retirando, depois que fotos circularam na internet mostrando o principal prédio administrativo da cidade de Kherson com a bandeira da Rússia não mais hasteada no topo. A Ucrânia disse que essas imagens podem ser desinformação russa.
(Reportagem das redações da Reuters)
((Tradução Redação São Paulo))