RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo federal não cogita despachar térmicas com custo de geração mais elevado, "fora da ordem de mérito", pelo menos até a próxima reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), prevista para janeiro, devido a uma melhora na hidrologia.
A afirmação, feita nesta quinta-feira pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Barroso, mostra uma mudança na situação recente de fracas chuvas nas hidrelétricas, que levou o governo a despachar usinas mais caras em novembro.
"A hidrologia no mês de dezembro está se mostrando bastante favorável e acima do que se esperava. Ainda é difícil saber como vai ser o período úmido, e o melhor é meados de janeiro", disse Barroso a jornalistas, durante evento no Rio de Janeiro.
"Hoje com a melhor informação disponível e com o que observamos, a decisão é manter as usinas dentro do mérito", declarou, destacando que a reunião do CMSE de fevereiro pode ser ainda mais importante.
LEILÕES DE ENERGIA
Barroso afirmou ainda que, até o fim de março, o governo deverá publicar um calendário de leilões de energia para 2018 e, talvez, 2019.
Neste momento, segundo ele, está previsto para 2018 um leilão A-4 (para entrega da energia em quatro anos) em abril e um leilão A-6 (para entrega em seis anos) no segundo semestre.
Para este ano, estão previstos ainda três leilões: A-4, A-6 e de energia existente, na próxima semana.
"Ninguém reclamou do preço teto, pela primeira vez na história, e esperamos competição para os leilões deste ano e do ano que vem", afirmou.
(Por Rodrigo Viga Gaier)