Grãos: soja recua de alta recorde, mas condições climáticas dão apoio

Publicado 05.09.2012, 07:02
Investing.com – Os contratos futuros norte-americanos de grãos caíram nas negociações europeias da manhã desta quarta-feira, com os preços da soja recuando da alta recorde atingida na sessão anterior, embora as preocupações contínuas com as más condições das safras no Centro-Oeste e região das Grandes Planícies dos EUA ajudaram a limitar as perdas.

Na Bolsa Mercantil de Chicago, os contratos futuros de soja para entrega em novembro foram negociados a US$ 17,6225 por bushel, caindo 0,35%. O contrato de novembro caiu até 0,7% no início da sessão, para US$ 17,5588 por bushel, a baixa diária.

Os preços se recuperaram para uma alta recorde de US$ 17,8888 por bushel na terça-feira.

Os futuros de soja apresentaram alta acentuada nas últimas semanas, com o mesmo tempo quente e seco que impulsionou os futuros de milho impulsionando os futuros de soja. Em todo os EUA, a soja é cultivada em muitas das mesmas regiões em que o milho é cultivado.

O relatório semanal de progresso das safras feito do Ministério da Agricultura dos EUA (USDA) e divulgado no fechamento das negociações de ontem mostrou que 30% da safra de soja foi classificada como “boa” a “excelente” a partir de 2 de setembro, inalterada em comparação com a semana passada e significativamente abaixo dos 56% registrados na mesma semana do ano passado.

As condições da safra de soja norte-americana permanecem nos níveis mais baixos desde 1988 nesta época do ano.

As expectativas atuais de que a demanda pela soja norte-americana permanecerá forte no curto prazo deram mais apoio à oleaginosa.

Os estoques globais de soja já estão em declínio, uma vez que as condições climáticas secas severas do início do ano nos principais produtores sul-americanos, Brasil e Argentina, danificaram as culturas na região.

Enquanto isso, os futuros de milho para entrega em dezembro foram negociados a US$ 7,9875 por bushel, caindo 0,7%. O contrato de dezembro caiu até 0,75% no início do dia, para US$ 7,9812 por bushel, a baixa da sessão.

No início do mês, os preços atingiram uma alta recorde de US$ 8,4237 por bushel, em 10 de agosto.

O USDA informou na semana passada que apenas 22% da safra de milho dos EUA foi classificada como condição “boa” a “excelente” até a semana passada, inalterada em comparação com a semana passada e abaixo dos 52% registrados na mesma semana do ano anterior.

A parcela da safra de milho dos EUA que foi classificada como “ruim” ou “muito ruim” ficou estável em 52% na semana passada.

Os EUA produziram 38% do milho do mundo no ano passado, tornando-o tanto o maior produtor quanto o maior exportador do grão.

As preocupações cada vez maiores com o impacto da pior seca em pelo menos 56 anos no Centro-Oeste dos EUA e na região das Grandes Planícies alimentaram uma recuperação acentuada nos preços dos grãos nos últimos dois meses.

Os preços do milho alavancaram quase 55% durante o período, ao passo que os preços da soja cresceram 30%.

Em outros lugares, os contratos futuros de trigo para entrega em dezembro foram negociados a US$ 8,8350 por bushel, caindo 0,6%. No início do dia, o contrato de dezembro caiu até 0,85%, para US$ 8,8112 por bushel, a baixa da sessão.

Os preços do trigo caíram pelo terceiro dia consecutivo, uma vez que os traders continuaram reajustando suas posições após a Rússia ter dito na semana passada que não limitará as exportações de grãos, decepcionando os participantes do mercado que estavam apostando em uma interrupção no abastecimento vindo do país.

O vice-primeiro-ministro da Rússia, Arkady Dvorkovich, disse na última sexta-feira que o país não limitará as exportações de grãos, mesmo se o seu excedente exportável estiver esgotado.

Os preços tinham subido para uma alta de três semanas, a US$ 9,1450 por bushel, em 30 de agosto, em meio a temores cada vez maiores de que o país implementará um limite para as exportações de grãos.

A Rússia é a principal exportadora de trigo e concorre com os EUA pelos negócios desse setor no mercado global. Uma interrupção nas exportações vindas do país pode aumentar a demanda pelos estoques norte-americanos, que é o terceiro maior produtor mundial de trigo e o maior exportador da fibra.

O milho é a maior safra norte-americana, no valor de US$ 66,7 bilhões em 2010, seguido pela soja, em US$ 38,9 bilhões, segundo estatísticas do governo. O trigo ficou em quarto lugar, valor de US$ 13 bilhões, atrás do feno.

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