Por Marcelo Rochabrun
LIMA (Reuters) - Grupos indígenas peruanos bloquearam um grande rio na região amazônica do país na quarta-feira em protesto contra um derramamento de petróleo bruto de cerca de 2.500 barris na maior floresta tropical do planeta, disse o governo.
O vazamento ocorreu em 16 de setembro e afetou várias comunidades indígenas na região de Loreto, no nordeste do Peru. Embora o Ministério do Meio Ambiente do Peru tenha estimado o vazamento em 2.500 barris, a estatal Petroperu disse que ainda não tinha uma estimativa.
A Petroperu disse em comunicado que o vazamento foi resultado de danos "intencionais" causados a um oleoduto operado pela empresa. O oleoduto transporta petróleo bruto da Amazônia para a região de deserto costeira do Peru para ser refinado.
O oleoduto tem sido o local de vários derramamentos de óleo nos últimos anos.
O governo disse em um comunicado que as comunidades estão bloqueando o grande Rio Maranhão, um importante afluente do Amazonas, o que impede as autoridades de coletar amostras de água e distribuir medicamentos para as comunidades indígenas afetadas.
A Reuters não conseguiu entrar em contato com um representante da comunidade para comentar.
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e sua preservação é considerada fundamental pelos cientistas para evitar mudanças climáticas catastróficas. O Peru tem a segunda maior seção da Amazônia depois do Brasil.
Embora o Peru seja um pequeno produtor de petróleo, produzindo apenas 40.000 barris por dia, seus campos de petróleo estão concentrados na Amazônia.
O incidente é pelo menos o segundo grande derramamento de óleo a ocorrer no Peru este ano, depois que a petrolífera espanhola Repsol (BME:REP) SA derramou mais de 10.000 barris no Oceano Pacífico em janeiro de um navio-tanque que estava descarregando em uma refinaria da empresa perto da capital Lima.
O derramamento também é o décimo primeiro a ocorrer até agora este ano na Amazônia, disse a Petroperu, mas o primeiro a fluir diretamente para um rio.
O governo do presidente peruano Pedro Castillo disse que quer que a Petroperu aumente a produção, especialmente em seu inativo Lote 192, o maior campo de petróleo do país, localizado nas profundezas da Amazônia.
(Reportagem de Marcelo Rochabrun)