SÃO PAULO (Reuters) - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) rebateu nesta quarta-feira uma afirmação de um conselheiro para a agropecuária do candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, que criticou o que chamou de uma "indústria de multas" no Ministério do Meio Ambiente.
Luiz Antônio Nabhan Garcia afirmou em entrevista à Reuters que tal "indústria" teria motivações arrecadatórias, trazendo insegurança para o setor produtivo e para aqueles agricultores que atuam na legalidade.
"A fiscalização ambiental é uma das principais atribuições do Ibama há 30 anos. Questionar a aplicação de multas em um quadro de cerca de 1.400 operações anuais de fiscalização equivale a negar que a Polícia Federal possa atuar contra ilícitos federais ou que a Polícia Civil possa realizar prisões", declarou a presidente do Ibama, Suely Araújo, em nota enviada à Reuters.
Segundo a assessoria de imprensa do Ibama, a missão do instituto de fiscalizar infrações ambientais é imposta por lei e não pode ser negligenciada.
De acordo com o órgão, os valores das multas sequer se destinam ao Ibama: 20 por cento dos recursos vão para o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o restante, para o Tesouro Nacional.
As declarações de Nabhan Garcia, líder da União Democrática Ruralista (UDR), entidade que se notabiliza pela defesa da propriedade rural e combate a movimentos de sem-terra, foram feitas no contexto da proposta de Bolsonaro de fundir em um ministério as pastas da Agricultura e do Meio Ambiente.
(Por Marcelo Teixeira)