👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Ibram busca fim do garimpo ilegal que causou tragédia yanomami

Publicado 30.01.2023, 20:47
© Reuters. Indígenas yanomami em quadro de desnutrição em Boa Vista, Roraima
30/01/2023
REUTERS/Amanda Perobelli
XAU/USD
-
GC
-

Por Anthony Boadle

BRASÍLIA (Reuters) - O governo brasileiro precisa agir para acabar com a mineração de ouro ilegal que tem causado uma crise humanitária de fome e doenças na população indígena yanomami, disse o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) nesta segunda-feira.

O Ibram, que representa multinacionais e grandes mineradoras nacionais, está pedindo ao governo que tome medidas para quebrar uma rede de lavagem de ouro ilegal através do sistema financeiro para venda a fabricantes de joias e exportação para países como Suíça e Reino Unido.

O garimpo ilegal, que aumentou durante o governo anterior, está destruindo o meio ambiente e a floresta amazônica, disse o presidente do Ibram, Raul Jungmann.

Cerca de 20.000 garimpeiros estão contaminando os rios e peixes dos quais o povo yanomami --que vive na maior reserva indígena do Brasil, perto da fronteira com a Venezuela-- depende para obter água e comida, levando à desnutrição e doenças.

Mineiros fortemente armados estão impedindo que os profissionais de saúde cheguem aos yanomami, dizem as autoridades.

"É uma atividade ilegal e predatória e a principal ameaça aos povos indígenas, como estamos vendo na tragédia humanitária dos yanomami hoje", disse o presidente do Ibram à Reuters nesta segunda-feira.

Metade das 100 toneladas de ouro produzidas anualmente pelo Brasil, ou cerca de 52 toneladas, é fruto do garimpo ilegal, disse Jungmann.

Ele pede ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que forme uma operação conjunta de forças policiais e militares para expulsar os garimpeiros, cujo número está quase no nível da própria comunidade indígena.

Mas isso não impediria os garimpeiros de se mudarem para outro lugar, acrescentou. As autoridades precisam atacar a rede que financia a cara maquinaria e as dragas que eles usam e lavam o ouro, disse Jungmann.

Lula declarou na semana passada emergência médica no território yanomami. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, culpou nesta segunda-feira o antigo governo de extrema-direita do Brasil pela crise.

“Não tenho dúvida que foi uma atitude genocida em relação às populações indígenas brasileiras”, disse Marina Silva, filha de seringueiros da Amazônia, que ainda sofre de problemas de saúde causados por beber água contaminada com mercúrio quando criança.

O ouro, legal e ilegal, representa 75% das exportações brasileiras para a Suíça e 25% das exportações para o Reino Unido, disse Jungmann.

O Ibram busca mudanças nas regras que taxam fortemente o ouro usado como insumo industrial, incluindo joias, em 27%, mas cobram apenas 1% de imposto sobre operações financeiras se usado como ativo financeiro.

Isso tem incentivado a lavagem de ouro ilegal por Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs), que então o vendem a fabricantes de joias ou para exportação.

© Reuters. Indígenas yanomami em quadro de desnutrição em Boa Vista, Roraima
30/01/2023
REUTERS/Amanda Perobelli

Segundo o Instituto Escolhas, ONG que investiga o comércio de ouro ilegal, o Brasil negociou 229 toneladas de ouro entre 2015 e 2020 que pareciam ter origem ilegal. Descobriu-se que um terço do comércio ilegal foi operado por apenas cinco corretoras que compram ouro da Amazônia.

Jungmann se reuniu com o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Receita Federal para propor recibos fiscais eletrônicos para o comércio de ouro.

O Ibram também propõe a eliminação do sistema de autodeclaração na base da "boa fé" que, segundo ele, não permite revelar a origem do ouro, o que possibilita que os vendedores tenham que apresentar somente uma história semi-plausível sobre onde obtiveram o ouro.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.