Por Mei Mei Chu
PEQUIM (Reuters) - As importações de soja pela China em abril aumentaram 18% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, com os compradores adquirindo grãos baratos e abundantes do Brasil enquanto o produtor sul-americano encerrava sua temporada de colheita.
O total de chegadas para o mês foi de 8,57 milhões de toneladas, de acordo com a Administração Geral de Alfândega, o maior já registrado para abril.
As chegadas de soja ao principal comprador mundial durante o período de janeiro a abril foram de 27,15 milhões de toneladas, uma queda de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo os dados.
O aumento foi impulsionado pela maior demanda de farelo de soja para ração animal, já que as margens de lucro das fazendas de suínos melhoraram, disse um analista de uma trading agrícola chinesa com sede em Xangai, que não quis ser identificado.
As importações de abril também aumentaram porque os compradores chineses optaram por suprimentos brasileiros com preços mais baixos, disse Liu Jinlu, pesquisador agrícola da Guoyuan Futures.
Liu disse que os preços da soja brasileira para entrega na China de junho a agosto estão entre 505 e 518 dólares por tonelada, com base no custo e no frete, enquanto os embarques do Golfo do México dos EUA para esses três meses são de 536 dólares com base no custo e no frete.
Liu espera que as chegadas de soja em maio e junho sejam em média de 11 milhões de toneladas.
Ainda assim, as recentes chuvas torrenciais e as fortes inundações no Rio Grande do Sul, segundo maior estado produtor de soja do Brasil, estão interrompendo os estágios finais da colheita e dificultando o transporte de grãos para o porto.
Os possíveis danos à safra obscureceram as perspectivas de fornecimento para o maior produtor de soja do mundo e aumentaram os preços futuros da soja em Chicago.
As exportações de soja dos EUA para a China, que vêm caindo há vários anos, à medida que o Brasil aumenta seu domínio no maior mercado de sementes oleaginosas do mundo, enfrentarão mais concorrência em 2024 devido à maior oferta da Argentina, o terceiro maior produtor global.
As importações chinesas de óleos vegetais em abril foram de 494.000 toneladas, uma queda de 17,7% em relação ao mês anterior, segundo dados da alfândega.
(Reportagem de Mei Mei Chu)