BAGDÁ (Reuters) - O plano do Iraque de elevar a produção de petróleo neste ano será levado adiante, com as exportações em janeiro tendo registrado um nível recorde, sem serem afetadas pelo retorno do Irã ao mercado, disse à Reuters o ministro do petróleo do país, Adel Abdul Mahdi, em entrevista nesta quinta-feira.
O Iraque, segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), espera que a produção de sua região sul aumente em até 400 mil barris por dia (bpd) neste ano, para mais de 4 milhões de bpd, ele disse.
O Iraque vai oferecer preços competitivos para colocar no mercado sua produção adicional de petróleo, disse o ministro, que acrescentou que foram realizados contratos com refinarias chinesas para cobrir todo o ano de 2016.
"De fato, nós no Iraque não estamos descontratados. Até agora, a demanda por nosso petróleo é maior que nossa oferta, mesmo com o retorno do Irã", disse Mahdi.
Ele acrescentou que "o petróleo do Iraque vai continuar barato para a China" e disse que "nossos contratos para 2016 estão todos fechados".
O custo médio de extração no sul do Iraque é de cerca de 10 dólares por barril, ele disse.
Uma melhora nos preços do petróleo agora exigiria que países da Opep e de fora da organização aceitassem cortar a produção, segundo ele.
O Iraque apoiaria um encontro de emergência da Opep se o grupo pudesse chegar a um acordo para a redução da produção de forma coordenada com países produtores de fora da Opep, ele disse.
Se tal acordo for impossível, a Opep deveria se abster de qualquer reunião extraordinária para não derrubar ainda mais os preços, disse Mahdi.
(Por Maher Chmaytelli e Ahmed Rasheed)