Por Guy Faulconbridge
MOSCOU (Reuters) - A Rússia alertou o Ocidente nesta segunda-feira de que um acordo que permite a exportação de grãos ucranianos no Mar Negro cessará a menos que um compromisso da Organização das Nações Unidas (ONU) destinado a superar os obstáculos às exportações russas de grãos e fertilizantes seja cumprido.
A ONU e a Turquia intermediaram o acordo do Mar Negro por 120 dias iniciais em julho do ano passado para ajudar a enfrentar uma crise alimentar global que foi agravada pela invasão de Moscou à Ucrânia, um dos principais exportadores mundiais de grãos.
A Rússia tem alertado repetidamente que permitirá que o acordo expire devido aos obstáculos às suas próprias exportações de grãos e fertilizantes causados pelas sanções ocidentais, mas concordou em prorrogá-lo por mais dois meses em 17 de maio.
"Se tudo permanecer como está, e aparentemente permanecerá, então será necessário partir do fato de que (o acordo) não está mais funcionando", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, durante uma visita a Nairóbi, quando questionado se o acordo do Mar Negro deveria ser prorrogado novamente.
Lavrov, cuja visita ao Quênia é o primeiro passo de uma turnê pela África, disse que o memorando ONU-Rússia não foi cumprido "de forma alguma". O compromisso foi alcançado ao mesmo tempo que o acordo do Mar Negro.
Embora as exportações russas de alimentos e fertilizantes não estejam sujeitas a sanções ocidentais, Moscou diz que elas são prejudicadas por restrições de pagamentos, logística e seguros.