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Leilão de energia A-5 contrata toda previsão de demanda, deságio fica em 1,7%

Publicado 28.11.2014, 14:19
Leilão de energia A-5 contrata toda previsão de demanda, deságio fica em 1,7%

Por Priscila Jordão

SÃO PAULO (Reuters) - O leilão de energia A-5 realizado nesta sexta-feira teve o maior montante financeiro já contratado em leilões de energia nova, movimentando 114,5 bilhões de reais em contratos para fornecer energia a partir de 2019, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O resultado foi obtido apesar de não ter havido venda de energia de grandes usinas hidrelétricas habilitadas, nem de empreendimentos solares.

O leilão negociou um total de 2.742,5 megawatts médios de energia, com preço médio de 196,11 reais por megawatt-hora (MWh) e deságio de 1,72 por cento, segundo dados CCEE.

O presidente do conselho de administração da CCEE, Luiz Eduardo Barata, ressaltou que foi contratada toda a demanda pretendida a partir de 2019, com fatia de 32 por cento correspondendo a fontes renováveis.

"Toda a previsão de crescimento na demanda a partir de 2019 está contratada... Se porventura o mercado crescer (mais) realizaremos o leilão A-3, em 2016, para contratar", disse Barata.

Trinta e oito empresas fecharam contratos de compra, sendo a Cemig Distribuição a maior compradora, com 13,5 por cento da energia negociada, seguida pela Celpa, com 8,78 por cento. Do lado das geradoras, Tractebel, Copel e Renova estão entre as empresas que venderam eletricidade de projetos termelétricos e eólicos.

A energia térmica vendeu a maior capacidade instalada, de 4.010 MW, com destaque para projetos a gás, que negociaram 3.059 MW, com três empreendimentos vencedores.

A energia de 36 projetos de energia eólica foi vendida, somando 925,95 MW de capacidade instalada, ou 18,59 por cento do total.

O leilão terminou sem a venda de energia de nenhum empreendimento de energia solar, alvo de um certame específico realizado em 31 de outubro, e nem de grandes hidrelétricas que estavam habilitadas para a disputa.

A energia da usina de Itaocara I, no rio Paraíba Sul (RJ), não foi vendida, o que foi atribuído por organizadores do leilão à incerteza que ronda a situação hídrica no Estado de São Paulo.

Na véspera, os governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais assinaram acordo no Supremo Tribunal Federal (STF) para buscarem uma solução conjunta para o problema de falta de água no Sudeste e para uso do Paraíba do Sul para abastecimento do Sistema Cantareira, mais importante conjunto de represas que abastece a região metropolitana de São Paulo.

As hidrelétricas Apertados e Ercilândia, no rio Piquiri (PR), não participaram do leilão desta sexta-feira. Ambas não obtiveram licenças prévias de participação a tempo da disputa.

Segundo o diretor de estudos de energia elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos de Miranda Farias, elas devem ser ofertadas no próximo leilão A-5 que será realizado em 2015, talvez no primeiro semestre.

A hidrelétrica Perdida 2, no rio Perdida (TO), foi ofertada como pequena central hidrelétrica e também não teve energia vendida.

"A usina tem uma potência de 42 MW e fica em uma faixa de transição de atratividade econômica, no intervalo entre 30 e 50 MW, que não tem incentivos de PCH e não chega a ser UHE (usina hidrelétrica). Precisamos analisar melhor a situação dessa usina", disse o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, André Pepitone.

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