Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - Os líderes da União Europeia devem se comprometer nesta sexta-feira a reduzir a dependência do bloco em relação à China e debater como encontrar o equilíbrio entre "reduzir o risco" e se envolver em áreas como as mudanças climáticas.
"Esta é a questão de um milhão de euros", disse o primeiro-ministro da Letônia, Krisjanis Karins, a repórteres em sua chegada à cúpula de dois dias em Bruxelas na quinta-feira.
"Precisamos reduzir o risco e isso significa ser capaz de recuar até certo ponto, porque geopoliticamente a relação aparentemente crescente entre China e Rússia é um problema potencial para todos nós", afirmou ele.
As conclusões preliminares da cúpula pedem à China que pressione a Rússia para interromper a guerra na Ucrânia e expressam preocupação com as crescentes tensões no Estreito de Taiwan, ao mesmo tempo em que enfatizam um interesse comum em relações estáveis para enfrentar os desafios globais.
Os líderes da UE buscarão nesta sexta-feira apresentar uma frente unida, mas há claras diferenças entre países como França e Alemanha, com interesses comerciais consideráveis na China, e a Lituânia, contra a qual os chineses impuseram sanções.
As conclusões, que ainda podem ser alteradas, dizem que a União Europeia reduzirá as dependências críticas, inclusive nas cadeias de suprimentos, e diversificará quando necessário.
"A União Europeia não pretende dissociar-se ou voltar-se para dentro", segundo as conclusões.
O bloco de 27 países desde 2019 considera a China uma parceira, concorrente e rival sistêmica. Algumas autoridades da UE disseram mais recentemente que o papel de concorrente é mais central.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse em março que um endurecimento da posição em relação à China exigia que a Europa reduzisse o risco tanto econômico quanto diplomático.