DUBAI/BEIRUTE (Reuters) - O presidente do Irã, Hassan Rouhani, reafirmou sua confiança no acordo nuclear com as potências mundiais neste domingo, rebatendo as críticas dos mais radicais e enaltecendo as conquistas ao longo de seu mandato de dois anos à frente do país.
De olho em uma provável corrida rumo à reeleição em 2017, Rouhani utilizou uma entrevista ao vivo na TV estatal para vender o acordo com uma "terceira via" para a política externa iraniana, respondendo às críticas dos radicais de que ele havia cedido às vontades do Ocidente.
"Essa ideia de que nós temos duas opções perante o mundo, ou submeter-se a algo ou derrotar algo, é ilógica: também há uma terceira via, de cooperação construtiva com o mundo em uma estrutura de interesses soberanos", ele disse.
"Nós trabalhamos com as Nações Unidas sem guerra, súplicas ou se render, mas com lógica, com negociação e diplomacia em um caminho legal", afirmou, evitando qualquer menção direta aos Estados Unidos e às outras potências mundiais.
Ele também enalteceu as conquistas econômicas de seu governo, que diminuiu a inflação após picos de 40 por cento e reinstaurou o crescimento econômico, caminhos que devem ser mantidos com o prometido alívio das sanções do Ocidente contra o país.
Rouhani ainda menosprezou o risco de que as inspeções nucleares poderiam por em perigo segredos do Estado iraniano e a capacidade de defesa do país, principal motivo de crítica dos mais radicais, que temem uma investida militar das potências ocidentais.
"Da perspectiva deles, nós éramos, até outro dia, um país ameaçador e agora somos um país com quem um acordo precisa ser costurado", disse.
(Por Sam Wilkin e Babak Dehghanpisheh)