Londres, 25 set (EFE).- O ministro do Transporte do Reino Unido, Grant Shapps, afirmou nesta quarta-feira que o custo da operação para repatriar os 150 mil britânicos afetados pelo colapso da operadora de turismo Thomas Cook será de aproximadamente 112 milhões de euros (R$ 512 milhões).
Em pronunciamento no Parlamento, Shapps avaliou que o montante necessário para a operação será de mais ou menos o dobro do que custou a repatriação das pessoas afetadas pela quebra, em 2017, da companhia aérea Monarch.
"O custo final da repatriação para a Monarch foi de aproximadamente 50 milhões de libras (R$ 228,5 milhões atualmente), incluindo as contribuições do Atol (fundo de garantia britânico). Agora, sabemos que os esforços de repatriação para a Thomas Cook são aproximadamente o dobro e são mais complicados", afirmou.
Diante das críticas recebidas pela decisão do governo britânico de não salvar financeiramente o grupo Thomas Cook, Shapps afirmou que teria sido uma perda de dinheiro, e que as autoridades se preocupavam com o fato que, de qualquer maneira, teriam que pagar pela volta dos turistas que são clientes da operadora e estão de férias em outros países.
O ministro disse ainda que o processo de repatriação dos turistas deverá terminar até o dia 6 de outubro, e que, depois, o objetivo do governo será analisar uma forma de fechar as companhias aéreas da operadora turística de uma maneira mais organizada.
"(As companhias) precisam cuidar dos seus clientes, e nós devemos nos certificar que seus aviões possam continuar voando", explicou.
As autoridades britânicas anunciaram que a Thomas Cook lançará um serviço para efetuar os trâmites de reembolso dos prejudicados até 30 de setembro, que poderá ser utilizado pelos cerca de 600 mil clientes que fizeram compras ou reservas com a operadora turística, uma das maiores e mais antigas do mundo.
Shapps informou ainda que a ministra de Empresas, Andrea Leadsom, escreveu ao regulador financeiro do Reino Unido pedindo uma investigação urgente sobre as causas do colapso da companhia, que estava em funcionamento há 178 anos.
O ministro do Transporte acrescentou que o objetivo das pesquisas é averiguar, também, se algum dos responsáveis pela empresa cometeu falhas administrativas.
Também nesta quarta-feira, a Thomas Cook informou que conta com reservas financeiras para se manter até 4 de outubro, embora a falência da matriz tenha feito com que suas 26 filiais britânicas também se declarassem em moratória.
Segundo a Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido, cerca de 30 mil pessoas, apenas 20% do total dos atingidos, retornaram ao país desde segunda-feira, e outras 16,5 mil deverão voltar entre hoje e amanhã.