SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de soja em Mato Grosso deverá ser intensa entre o final de janeiro e fevereiro, após um atraso nos trabalhos de plantio e registros de replantio devido ao tempo mais seco no maior produtor brasileiro da oleaginosa, afirmou o dirigente de associação do setor.
"Muitos produtores perderam as primeiras áreas. Eles plantaram, não choveu e tiveram que replantar. A soja não foi plantada tão cedo... Vamos ter uma colheita mais no final de janeiro e início de fevereiro", disse o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Endrigo Dalcin, em entrevista por telefone.
Segundo ele, provavelmente menos de 1 por cento da colheita já havia sido realizada em Mato Grosso. Em 8 de janeiro de 2015, o Estado já havia colhido 2 por cento da área, de acordo com Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ligado aos produtores.
A colheita tardia da soja não resulta necessariamente em uma safra menor, mas provavelmente resultará em uma área de plantio menor para a segunda safra de milho, que é semeada após a colheita da soja.
O Imea apontou no mês passado que 43 por cento da safra estadual estava em condições ruins ou péssimas por causa da falta de chuvas.
No início de dezembro, o Imea reduziu sua estimativa para a safra de Mato Grosso para 28,03 milhões de toneladas, uma queda de 3,6 por cento ante a estimativa de agosto, com ligeiro recuo ante a safra anterior, de 28,09 milhões de toneladas.
Desde o final de dezembro, as chuvas retornaram ao Estado, mas Dalcin alertou que pode ser muito tarde para a soja no norte de Mato Grosso, a região mais cultivada no Estado.
"A soja está na fase reprodutiva e a seca neste período é irreversível", ele disse.
O leste de Mato Grosso ainda está finalizando o plantio e pode se beneficiar com a chuva, disse ele.
Meteorologistas do Somar disseram nesta quarta-feira em um boletim meteorológico que a chuva iria se concentrar no leste de Mato Grosso e alguns Estados ao nordeste nos próximos dias, e então concentrando-se nas regiões do Centro-Oeste e Sudeste do Brasil entre 11 e 15 de janeiro.
(Por Caroline Stauffer)