Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) - Produtores argentinos disseram nesta segunda-feira que a decisão do governo de melhorar a taxa de câmbio da soja exportada em setembro é um "remendo" temporário que provavelmente aumentará as vendas da safra durante o mês, mas ainda não resolve a raiz do problema.
A especulação de mercado e a flutuação entre as taxas de câmbio oficial (mais forte) e informal (mais desvalorizada) do peso argentino levaram agricultores do maior exportador mundial de óleo e farelo de soja a paralisar vendas para obterem mais retorno.
As exportações de soja da Argentina são a principal fonte de divisas estrangeiras para o país. Para impulsionar as vendas do grão e elevar as reservas de dólares, o governo anunciou no domingo uma taxa de câmbio preferencial para as exportações da commodity durante o mês de setembro.
A partir desta segunda-feira até o fim do mês, a taxa de câmbio para os produtores de soja será de 200 pesos por dólar, acima da taxa anterior de 139 por dólar, a taxa de câmbio oficial.
"Não é ruim", disse Juan Granero, agricultor de Buenos Aires. "Se você pensar bem, chegaremos a 72 mil pesos por tonelada, ante 50 mil."
O bônus, embora útil, terá vida curta, afirmou.
"É um remendo e, como todos os remendos, em algum momento ele cai", disse ele. "Você pode remendar um pneu dois milhões de vezes, se quiser, até que um dia não funciona mais."