DUBAI (Reuters) - A Arábia Saudita deverá reduzir a quantidade de petróleo que queima para gerar energia neste verão, uma vez que o reino está aumentando os preços domésticos de energia e usando mais gás natural em usinas de geração, disseram fontes da indústria.
Queimar menos petróleo internamente significa que o maior exportador de petróleo do mundo poderá não precisar elevar sua produção para a máxima recorde de 10,67 milhões de barris por dia alcançada em julho do ano passado, ainda que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros produtores encerrem seus cortes de produção em junho.
Isso também poderá tornar a venda de uma participação de 5 por cento da petroleira saudita Aramco mais atrativa a investidores porque a estatal de energia terá mais petróleo para exportar, caso necessário, e poderá vender combustível a um preço maior para o mercado doméstico.
As reformas no mercado doméstico de energia da Arábia Saudita visam controlar o desperdício que ameaça corroer a quantidade de petróleo disponível para exportação.
Os subsídios do reino para a energia têm mantido os preços de eletricidade e combustível bem abaixo do custo, drenando o orçamento do Estado e dando a consumidores pouco incentivo para comprar carros menores ou desligar o ar condicionado-- mesmo quando deixam suas casas.
Mas um declínio nos preços internacionais do petróleo para cerca de 55 dólares atualmente, ante mais de 100 dólares em 2014, deixou um rombo nos cofres públicos, encorajando esforços para diminuir a dependência do país da energia barata e utilizar mais de suas enormes reservas de gás.
"Esse é um objetivo nacional", disse uma das fontes com conhecimento do assunto.
"Agora nós estamos usando mais e mais gás natural, e com as reformas nos preços da eletricidade, a queima de petróleo vai cair. Nesse verão você vai ver menos queima de petróleo", disse uma segunda fonte, na indústria saudita.
(Por Rania El Gamal e Alex Lawler)