ANCARA (Reuters) - O ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, disse neste domingo acreditar que o acordo que permite a exportação de grãos ucranianos via Mar Negro será prorrogado de seu prazo atual de 18 de março.
A Iniciativa de Grãos do Mar Negro, um acordo entre a Rússia e Ucrânia intermediado pelas Nações Unidas e Turquia em julho do ano passado, visava evitar uma crise alimentar global, permitindo que grãos ucranianos bloqueados pela invasão russa fossem exportados com segurança a partir de três portos ucranianos.
O acordo foi prorrogado por 120 dias em novembro e será renovado em 18 de março se nenhuma das partes se opuser. No entanto, Moscou já sinalizou que só concordará com uma extensão se as restrições que afetam suas próprias exportações forem suspensas.
A Turquia disse anteriormente que está trabalhando duro para estender o acordo. "Em conversas separadas com as partes russa e ucraniana, vimos que ambas estão abordando isso de forma positiva. Acreditamos que a conclusão será positiva", disse Akar em entrevista à agência de notícias estatal Anadolu.
"Acreditamos que a duração será prorrogada em 18 de março", ele acrescentou.
As exportações agrícolas da Rússia não têm sido alvo explícito do Ocidente, mas Moscou diz que as sanções sobre seus setores de pagamento, logística e seguros são uma barreira ao país para exportar seus próprios grãos e fertilizantes.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse neste domingo que representantes russos ainda não participaram de negociações para prorrogar o acordo de grãos do Mar Negro.
"Não houve negociações sobre esse assunto, especialmente com a participação de representantes russos", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
A próxima rodada de conversas sobre a extensão do acordo será realizada em Genebra, em 13 de março, entre a delegação russa e a principal autoridade comercial das Nações Unidas, Rebeca Grynspan, disse Zakharova.
A Ucrânia e a Rússia são ambos importantes fornecedores globais de grãos e fertilizantes.
(Reportagem de Ali Kucukgocmen e redação da Reuters)