Por Rania El Gamal
DUBAI (Reuters) - O ministro de Energia da Arábia Saudita disse nesta segunda-feira que os cortes efetivos na oferta de petróleo após um pacto fechado pela Opep+ devem somar cerca de 19,5 milhões de barris por dia, o que leva em consideração o acordo do grupo, o comprometimento de outros países do G20 e compras de petróleo para reservar estratégicas.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados liderados pela Rússia, um grupo conhecido como Opep+, chegaram a acordo no domingo para reduzir a produção e impulsionar os preços, em um pacto sem precedentes que envolveu países com os Estados Unidos.
Medidas para desacelerar a propagação do coronavírus têm destruído a demanda por combustíveis e derrubado os preços do petróleo, o que impactou os orçamentos de países produtoras e a indústria de "shale" dos EUA, que é mais vulnerável a preços baixos devido a seus maiores custos.
A Opep+ disse que o acordo prevê cortar a produção em 9,7 milhões de barris por dia em maio e junho, como resultado de quatro dias de negociações.
O príncipe Abdulaziz bin Salman disse a jornalistas em uma teleconferência que países do G20 que não fazem parte da aliança Opep+ prometeram cortes de cerca de 3,7 milhões de bpd na oferta, enquanto compras de petróleo para reservas estão estimadas em 200 milhões de barris nos próximos dois meses pela Agência Internacional de Energia (IEA).
O príncipe disse ainda que os sauditas podem reduzir sua produção de petróleo abaixo de sua cota atual de 8,5 milhões de bpd se isso for necessário para o mercado e se os cortes forem realizados de maneira coletiva com outros países, em base proporcional.
O próximo encontro da Opep+ para decisão sobre a política de produção acontecerá em junho, por meio de teleconferência.
Os preços do petróleo subiam nesta segunda-feira, após o acordo, mas os ganhos eram limitados por preocupações de que o acordo possa não ser suficiente para compensar o excesso de oferta causado pelos efeitos do vírus sobre a demanda global.
Mas o ministro saudita minimizou o movimento dos preços, afirmando que os cortes impulsionaram um rali nas cotações antes do encontro da Opep+, antecipando uma ação do grupo.
"É aquele típico negócio que vocês conhecem: compre no boato, venda no fato."