SÃO PAULO (Reuters) - A moagem de cana do centro-sul do Brasil atingiu 31,75 milhões de toneladas na segunda quinzena de outubro, queda de cerca de 18 por cento ante o volume processado no mesmo período de 2015, com um maior número de usinas já tendo encerrado a safra 2016/17, informou nesta quarta-feira a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Até o final da segunda quinzena de outubro, 55 unidades produtoras haviam encerrado a safra 2016/17, ante 18 usinas observadas no mesmo período do último ano.
A Unica destacou que 23 usinas pararam a moagem na segunda quinzena de outubro, a maioria delas em Goiás.
A entidade destacou também que essas 55 unidades tiveram em 2016/17 uma safra pior que a anterior, com redução de 11,9 por cento no volume total processado na comparação com 2015/16.
Na comparação com a primeira semana de outubro, o processamento de cana ficou praticamente estável, com recuo de apenas 0,8 por cento.
O volume processado na segunda quinzena de outubro também ficou dentro do esperado por analistas. A Sucden Financial, por exemplo, projetou moagem de 31,7 milhões de toneladas. Uma segunda fonte do mercado havia projetado a moagem entre 30 milhões e 31 milhões de toneladas.
PRIORIDADE PARA AÇÚCAR
As usinas do centro-sul mantiveram a tendência de priorizar a produção de açúcar, que está mais rentável que o etanol, devido a boas cotações internacionais e câmbio favorável, e também para cumprir contratos fechados anteriormente.
Na segunda quinzena de outubro, a produção de açúcar caiu 6 por cento ante a mesma quinzena de 2015, enquanto a fabricação de etanol recuou 29,3 por cento.
A produção de açúcar atingiu 2,05 milhões de toneladas e a de etanol 1,303 bilhão de litros.
Na comparação com a primeira quinzena de outubro, a produção de açúcar caiu 8,6 por cento e a de etanol recuou 7,3 por cento.
O motivo pelo qual a produção de açúcar e etanol caiu, enquanto a moagem ficou praticamente estável na comparação do início com o fim do mês de outubro, está na concentração de açúcar recuperáveis em cada tonelada de cana (ATR), que perdeu 8,1 por cento.
(Por Gustavo Bonato)