Por Barani Krishnan
Investing.com - Os preços do petróleo estavam mistos no início da tarde de segunda-feira (1), iniciando junho com cautela após a alta de maio, com protestos pelos direitos dos negros assolando os Estados Unidos em meio às tensões EUA-China, que ameaçam desfazer o acordo comercial entre as duas principais economias do mundo.
Limitando a desvantagem do petróleo há relatos de que a Opep teria adiantado uma reunião agendada para a próxima semana para esta quinta-feira e que o cartel liderado pela Arábia Saudita e seu principal aliado Rússia estavam perto de um acordo que, segundo o Wall Street Journal, estenderia seus cortes de produção até 1º de setembro. A Opep e seus aliados concordaram em abril em cortar 9,7 milhões de barris diários da produção global e a Reuters informou, na semana passada, que quase três quartos dessa conformidade foram alcançados.
Também forneceram suporte dados da empresa de inteligência energética Genscape, sugerindo que os estoques de petróleo caíram 2,1 milhões de barris na semana passada no centro de Cushing, Oklahoma. Os estoques de Cushing caíram oficialmente 3,5 milhões de barris na semana anterior, segundo dados do governo.
"As especulações sobre a Opep e Cushing são o que está segurando o mercado nesta manhã diante dos protestos dos EUA e das tensões na China", disse John Kilduff, sócio-fundador do fundo de hedge de energia de Nova York Again Capital.
O WTI negociado em Nova York subia 17 centavos de dólar, ou 0,5%, para US$ 35,66 por barril às 16h11 (horário de Brasília), com dezenas de milhares de pessoas invadindo as ruas no sábado e no domingo para expressar sua indignação e tristeza pelo assassinato de George Floyd, um homem negro sob custódia policial em Minneapolis.
A agitação, com relatos de tiroteios, saques e vandalismo em algumas cidades, confundiu prefeitos e governadores que tentavam reabrir totalmente os estados e cidades dos EUA bloqueados nos últimos três meses pela pandemia de coronavírus.
O Brent, benchmark global para o petróleo negociado em Londres, subia 71 centavos de dólar, ou 1,9%, para US$ 38,55.
Em maio, o WTI subiu 81%, enquanto o Brent subiu 96%. Ambos os benchmarks ainda registram queda de mais de 40% no ano, com os mercados lutando para recuperar a perda de demanda de até 30% experimentada durante o auge da pandemia de coronavírus.
Na frente EUA-China, a Bloomberg informou que funcionários do governo chinês disseram às principais empresas agrícolas estatais para interromper a compra de alguns produtos agrícolas americanos, incluindo soja, enquanto Pequim avalia a escalada em andamento das tensões com os EUA sobre Hong Kong.