ONS vê reservatórios de hidrelétricas do SE/CO acima de 50% em dezembro

Publicado 13.12.2024, 10:50
Atualizado 13.12.2024, 12:22
© Reuters. Hidrelétrican8/11/2024nREUTERS/Oliver Mubonde

Por Letícia Fucuchima e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estimou nesta sexta-feira que os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste, principal subsistema para armazenamento das usinas, deverão alcançar 51,2% ao final de dezembro, um aumento de mais de 4 pontos percentuais em relação ao previsto na semana passada.

A melhora decorre de chuvas mais favoráveis previstas para o mês, devendo superar a média histórica na região. A previsão de energia natural afluente para o Sudeste/Centro-Oeste passou para 107% da média, ante 90% estimados há uma semana.

As chuvas deverão ser abundantes também no Sul, chegando a 212% da média histórica em dezembro, ante projeção de 124% no boletim da semana passada.

O ONS projetou ainda chuvas em 61% da média no Nordeste (ante 51% na semana anterior) e em 92% no Norte (ante 82%), enquanto para a carga de energia no país a estimativa é de alta de 0,9% ante dezembro de 2023, a 81.117 megawatts médios.

Diante da recente melhora das condições hidrológicas, em meses importantes para o balanço de todo o período úmido, o Brasil deve ter um "verão sem surpresas" para o setor elétrico, afirmou na véspera o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.

Em conversa com jornalistas, Rea disse que, conforme os modelos do ONS, o nível dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste ao final do período úmido pode oscilar de 88%, no cenário mais otimista, a 41% no mais pessimista.

"Vamos ver como vem o período úmido, mas o cenário garante a passagem pelo verão sem surpresas."

Apesar do diagnóstico positivo, a capacidade de armazenamento das hidrelétricas deixou de ser um fator decisivo para o conforto da operação do sistema elétrico brasileiro, devido às mudanças de composição de fontes da matriz.

Com o crescimento acelerado da energia solar nos últimos anos, o ONS passou a ter maior dificuldade de atender a carga nos horários de ponta -- especialmente no fim da tarde, quando as solares deixam de gerar --, e vem demandando maior potência do parque gerador.

Nesse sentido, o ONS defende que o governo avance com leilões para a contratação de mais capacidade para o sistema elétrico, tanto de usinas quanto de sistemas de armazenamento, como baterias.

Na véspera, Rea avaliou que o Brasil deveria realizar leilões anuais para contratação de baterias para atender a demanda de ponta já a partir de 2025, começando com capacidade inicial de 500 MW.

Segundo Rea, os estudos do Ministério de Minas e Energia para um primeiro certame do tipo devem ser concluídos no começo de 2025, e a perspectiva é de que o edital possa ser divulgado ainda no primeiro trimestre do próximo ano.

O ONS também aguarda com expectativa a realização do leilão de reserva de capacidade de energia, que foi prometido para este ano pelo Ministério de Minas e Energia, mas acabou não saindo do papel.

A proposta da licitação é contratar mais usinas capazes de fornecer potência, a exemplo de termelétricas e hidrelétricas, para entrarem em operação a partir de 2027.

O ONS já havia dito anteriormente que identificava "déficit relevante" de potência para o futuro, sendo necessárias contratações na casa dos 3 gigawatts (GW) por ano para garantir mais conforto e tranquilidade na operação do setor elétrico.

(Por Letícia Fucuchima)

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